
Professor Aubert e pesquisador Mattew Lockhart lembram que Alagoas já foi palco de outros estudos anteriormente
O pesquisador norte-americano, Mattew Lockhart, do Massachusetts Institute of Technology (MIT), veio a Alagoas para fazer o registro da ocultação de uma estrela pelo asteroide Varuna, do cinturão de Kuiper [faixa do Sistema Solar que se inicia a 5 bilhões de km de distância do sol e que contém milhões de corpos menores chamados de asteróides].
O fenômeno de ocultação só foi visível numa faixa restrita de terra que compreende o Norte da América; além do Norte e Nordeste do Brasil. O evento aconteceu na última sexta-feira,19, às 20h07 (horário local).
O coordenador do Observatório Astronômico e professor da rede pública estadual, Adriano Aubert Barros, afirmou que o asteroide Varuna tem entre 500 e 1000 km de diâmetro. Barros ainda acrescentou que o MIT entrou em contato com grupos brasileiros, dentre os quais, o Observatório Nacional [instituição que reúne pesquisadores em Astronomia no país] e o Observatório Astronômico Genival Leite Lima (OAGLL), instalado no Centro de Estudos e Pesquisas Aplicadas (Cepa), no Farol, para saber onde possivelmente poderia realizar os trabalho de observação, foi então que o observatório alagoano foi indicado para fazer a observação.
O educador destacou que a importância de se observar este tipo de fenômeno serve para reforçar ou contestar dados sobre o corpo atmosférico. “Os dados colhidos da observação podem confirmar o tamanho do asteroide e, também, se a órbita atribuída a ele representa a realidade. Todas as informações obtidas irão ajudar a esclarecer dúvidas sobre a formação do Sistema Solar”, revelou.
De acordo com o Mattew Lockhart, esta foi a segunda vez que o Massachusetts Institute of Technology (MIT) enviou pesquisadores ao Brasil para realizar este tipo de trabalho. “Há alguns anos outros estudiosos estiveram aqui para fazer tarefa semelhante”, frisou.
Segundo Adriano Aubert, o telescópio que foi utilizado durante a observação da ocultação da estrela pertence à Usina Ciência, da Universidade Federal de Alagoas (Ufal). O equipamento tem 12 polegadas — área de capitação maior que o utilizado semanalmente no OAGLL. “O aparelho é automático e capta imagens mais nítidas. Nós o utilizamos acoplado a ele (telescópio) uma câmera de alta sensibilidade que grava vídeos de objetos pouco luminosos. Graças a isto foi possível verificar o momento exato da ocultação da estrela”, ressaltou.
Aubert disse também que a câmera foi acoplada a um Sistema de Posicionamento Global por Satélites (GPS) e que, com o apoio desta tecnologia, foi possível gravar o tempo exato em que ocorreu o evento (o encobrimento e reaparecimento da estrela). “A observação durou poucos segundos. O asteroide está a uma velocidade de 19 km/segundos”, informou.