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Alagoas

Pesquisador mexicano conhece trabalho científico no uso da palma

A pesquisa com a palma forrageira é realizada na Estação Experimental de Santana

Um pesquisador mexicano da Universidade Autônoma de Chapingo esteve na semana passada em Alagoas. Ele veio conhecer um trabalho científico desenvolvido pela Secretaria de Estado da Agricultura e do Desenvolvimento Agrário (Seagri) sobre o uso da palma na alimentação de bovinos.

Ao contrário do que ocorre no Nordeste do Brasil, no México a palma é muito utilizada na alimentação humana. Por isso, o doutor Arnold Hernandez Flores pretende desenvolver um projeto para incentivar a utilização da palma na alimentação de animais naquele país.

Quando esteve em Alagoas, ele foi até Santana do Ipanema, Sertão do Estado, onde conheceu uma pesquisa da Seagri com a palma. Segundo Fernando Gomes, pesquisador da Secretaria que coordena os trabalhos, já há indicações preliminares sobre a variedade mais resistente à cochonilha do carmim — uma praga que atinge a plantação — e a variedade mais resistente às condições adversas ao clima.

“O pesquisador mexicano também aproveitou para conhecer pequenos, médios e grandes criadores de bovinos que utilizam a palma para alimentá-los em larga escala, e ficou impressionado com isso”, conta Fernando Gomes.

Durante a visita, o doutor Arnold Hernandez Flores elaborou um relatório com a ajuda do pesquisador Fernando Gomes, para apresentar na Reunião Nacional de Agropecuária, na Universidade Autônoma de Chapingo, no México.

De acordo com o engenheiro agrônomo Josival Almeida, diretor de Pesquisa da Seagri, os trabalhos científicos desenvolvidos em Alagoas nessa área começam a ser vistos pelas instituições internacionais. “Temos pesquisadores capazes de promover um trabalho que leve ao agricultor familiar condições para produzir alimento na época da seca”, explica Josival.

A pesquisa com a palma forrageira é realizada na Estação Experimental de Santana do Ipanema, e conta com o apoio do zootecnista José Cícero de Oliveira, do biólogo Cícero Fernandes de Brito, e da representante da Secretaria de Estado da Ciência, Tecnologia e Inovação (Secti), Lenilda Austrilino Silva, além da Universidade Federal de Alagoas (Ufal) e do Instituto Agronômico de Pernambuco (IPA).

A palma na culinária — No México, existem cerca de 250 mil hectares plantados com palma. Apenas em Alagoas, há 200 mil hectares utilizados para o cultivo da palma forrageira, e em todo o Brasil existem cerca de 500 mil hectares. No entanto, o México possui a maior quantidade de palma nativa do mundo, ou seja, que existe na natureza sem que tenha sido plantada pelo homem.

Lá, o hábito de se incluir a palma na alimentação humana vem de 6.500 a.C. e ela é considerada como uma hortaliça do deserto. Segundo o engenheiro agrônomo e pesquisador Paulo Suassuna, consultor do Projeto Alagoas com a Palma na Mão, a palma forrageira possui mais vitamina A que o tomate, duas vezes mais cálcio que a couve, e duas vezes mais ferro que a vagem.

“No preparo de pratos, a palma aceita combinações com laranja, abacaxi, limão ou menta”, afirma Suassuna. Ainda segundo ele, a palma serve de base para a produção de compotas, doces, marmeladas e sorvetes. “Outro segmento de mercado que pode aproveitar a palma é o de cosméticos, para a produção de xampu, condicionador, cremes, gel e loções”, assinala Suassuna.