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Esporte

Pesquisa Estado revela: Cesar Cielo é o Esportista 2009 no Brasil

Cesão foi o escolhido merecidamente

A Pesquisa Estado 2009 consagrou dois atletas em situações distintas. Um ressurgiu após período de ostracismo: o atacante Adriano, do Flamengo. O outro, a cada ano brilha mais: Cesar Cielo. Eleito por seu desempenho no Campeonato Mundial de Roma, em que conquistou medalha de ouro nos 50 e 100 metros livre, e pelos recordes mundiais que estabeleceu nas duas provas.

O Rei dos Velocistas da natação venceu em duas categorias da pesquisa, que neste ano reuniu 129 jornalistas esportivos de todo o Brasil: destaque masculino e fato marcante do esporte nacional.

Ao fazer retrospectiva de 2009, Cielo fez comparação com o ano anterior, quando ganhou a medalha de ouro olímpica nos 50 metros livre. “Este foi meu melhor ano em todos os aspectos, desde o psicológico até como lidar com os problemas. Sofri muito em 2008 e, por conta disso, até cheguei a colocar em dúvida minha preparação para o Mundial, porque foi muito mais tranquila, diferentemente do cenário olímpico.”

O nadador acredita que a maior facilidade nos treinos deste ano se deve à experiência adquirida. “Estou mais amadurecido. Antes (de Pequim) tinha muitas dúvidas, naturais da idade.”

No ano que vem – sem Mundial, Olimpíada ou Jogos Pan-Americanos -, a principal competição do calendário será o torneio Pan-Pacífico, evento cujos resultados terão menor impacto na carreira . Por esse motivo, Cielo acredita haver um lado positivo nas restrições de formato e textura dos maiôs de competição na próxima temporada.

Sem as roupas, a expectativa no meio da natação é de que todos os atletas levarão tempo para que as marcas atuais sejam alcançadas. “Vai ser um desafio maior, o que é bom, porque depois do Mundial ficou difícil encontrar motivação”, admite.

Mas Cielo sabe: acomodar-se no esporte é muito perigoso. “O brasileiro é cruel. Se eu perder, ele não vai querer saber de mim”, diz. De acordo com o nadador, a pressão por conquistas é maior aqui do que em outros países, como nos Estados Unidos.

“Aqui sempre se esquecem os campeões que a gente tem”, lamenta. Por isso, o nadador tenta se programar psicologicamente para não ser movido a medalhas. “Quero continuar enquanto me sentir competitivo. Depois, talvez chegue a hora de dar uma ajuda maior ao pessoal da natação fora d’água.”

Em janeiro, o nadador volta aos Estados Unidos, onde treinará em Auburn com o técnico Brett Hawke. Sabe que, se por um lado ficará longe da família, por outro, terá uma rotina mais regrada, sem muitos compromissos fora da piscina.

GRATIDÃO

Antes de viajar, porém, Cielo quer pagar uma dívida de gratidão com seu ídolo, Gustavo Borges. “Quando ele parou, me deu de presente a roupa de competição dele. Vou retribuir dando a ele a que usei quando ganhei os 50 metros livre do Mundial de Roma. Estou colocando em um quadro antes de entregá-la.”