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Maceió

Pescadores convivem com lixo em Jaraguá

Lixo toma conta da Vila dos Pescadores, em Jaraguá

Mais de 500 famílias que vivem hoje na tradicional Vila dos Pescadores, em Jaraguá, convivem há vários anos com um problema básico – e extremamente manifesto – que compromete a saúde pública na comunidade: o lixo. Seja em meio aos corredores que separam as casas, até mesmo à beira do mar, onde os barcos são ancorados, toda a atividade de pesca ocorre em meio a sacolas plásticas, restos de alimentos, embalagens, e demais dejetos que surgem do mar.

De acordo com a presidenta da Associação de Moradores e Amigos do Bairro de Jaraguá (Amajar), Maria Enaura, as chuvas fortes que caíram em Maceió há uma semana acentuaram o problema. “O Salgadinho joga todo o lixo para o mar que, por sua vez, tem que devolver de alguma forma. Com o vento, esse lixo vem todo para o lado da Vila”, explica.

Segundo a líder comunitária, além do lixo devolvido pelas ondas, quem vive na Vila tem dificuldades com a falta de depósitos. “Há dois contêineres. Um aqui dentro e outro do lado de fora da Vila, perto da pista. Apenas um gari entra aqui e, com um carrinho de mão, recolhe o lixo e o coloca nos contêineres grandes. O trabalho acaba demorando muito e, por ele vir sozinho, acaba não conseguindo limpar todas as ruas”, acrescenta. “Precisamos de mais contêineres, porque terminamos colocando as sacolas ao chão, por falta de espaço. Além disso, é preciso ue o caminhão passe todos os dias para apanhar o lixo. Trabalhamos com peixe e é necessário que seja retirado todos dias”, explica.

Maria Enaura informa ter alertado aos órgãos municipais sobre o problema desde o mês de agosto de 2010, mas não obteve qualquer retorno. “Enviamos um ofício para que a Prefeitura resolvesse esse problema, e para que o caminhão que recolhe o lixo da praia também passe por aqui, porque embora seja um território da União, cabe ao Município admistrá-lo com recolhimento de lixo. No entanto, até hoje, o caminhão limpa a Praia da Avenida, pula esse espaço da Vila, e recomeça a partir da Pajuçara”, emendou.

A comunidade, que empreende o trabalho de educação ambiental a partir do dia 5 de maio, quando acontece a segunda edição do evento ‘Vila Cultural’, reitera que, caso não haja recolhimento de lixo, o incentivo ao cuidado ambiental torna-se ineficaz e centenas de crianças, homens e mulheres, permanecerão correndo riscos sérios – e enfrentando dias ainda mais difíceis – desencadeados pelo excesso de lixo.