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Penedo

Penedo precisa deixar de ser “pastoril” na política, afirma Jorginho Seixas

Candidato a deputado estadual, Jorginho Seixas obteve 9.836 votos nas eleições do último domingo

“Penedo precisa acabar com esse pastoril no campo político, onde só tem o azul e o encarnado, essa ou aquela candidatura. Penedo tem muitas pessoas de valor e lideranças que precisam ter espaço. A gente vai ter eleições de novo daqui a dois anos e vai ficar de novo entre esse e aquele?”. O questionamento foi lançado por Jorge Seixas, funcionário público da prefeitura de Penedo e candidato a deputado estadual pelo Partido dos Trabalhadores (PT) que obteve 9.836 votos nas eleições do último domingo, sendo 9.187 registrados no município ribeirinho.

A preferência de 36,9% dos eleitores da cidade onde nasceu e reside representa que é possível fazer uma campanha “limpa” e elevar a autoestima do cidadão penedense, segundo Jorginho Seixas. Ele foi entrevistado por Martha Mártyres nesta terça-feira, 05, na Rádio Penedo FM ( 97,3 Mhz e www.penedofm.com.br ). Com a voz ainda prejudicada pelos três meses de trabalho intenso, visitando principalmente os bairros da periferia de Penedo, o ex-vereador frisou que emagreceu seis quilos e meio, mas não perdeu “a coragem e nem a determinação de levar à frente a candidatura” que, segundo afirmou, não é dele, mas do povo de Penedo.

“Nem sempre a conquista de um mandato é um resultado vitorioso”

Agradecendo os votos que o colocaram na 42º colocação entre as 276 candidaturas registradas no Tribunal Regional Eleitoral, ele declarou estar muito feliz. “Nem sempre a conquista de um mandato é um resultado vitorioso”, analisou o ex-vereador, ressaltando que a votação expressiva alcançada por meio de uma campanha “franciscana” resultou na quebra de alguns tabus, como o direcionamento de votos para um candidato ‘da terra’, opção que mostra a retomada da autoestima do eleitor penedense que também não se vendeu, conforme sua avaliação.

“A eleição é estadual, é legítimo que candidatos de outros municípios venham buscar votos aqui em Penedo, mas o que não é legítimo é que venham buscar todos ou muitos votos e o povo parece que acordou para isso”, admitindo a impossibilidade de adesão total do eleitorado e acrescentando que os “malas pretas” não alcançaram o mesmo sucesso dos pleitos anteriores. “Claro que ainda funcionou, vai demorar para que isso se modifique, mas já se mostrou de forma bastante clara como o povo de Penedo aprendeu”, declarou Jorginho Seixas.

Apoio a candidato ‘de fora’ por conta da fidelidade partidária

O pedido de votos de Jorginho para um candidato ‘de fora’, no caso o deputado estadual Paulão, que tentou chegar à Câmara Federal, foi usado por adversários para espalhar que Jorginho não apóia candidatos locais, o que seria uma incoerência em seu discurso. Sobre o assunto, o ex-vereador por Penedo justificou a opção com base em sua fidelidade partidária.

Há seis anos sem exercer um cargo eletivo, o entrevistado aproveitou a audiência massiva da emissora e agradeceu o apoio que recebeu de amigos, líderes comunitários, membros de comunidades de base, eleitores e companheiros do PT. Jorginho Seixas destacou ainda o reconhecimento dos eleitores por sua postura correta como político, principalmente quando esteve nos bairros mais carentes da cidade e no dia do pleito. O candidato acredita também que a justiça deve acompanhar o processo eleitoral mais de perto e acredita que a reforma na legislação eleitoral deve ser feita.

Sobre o voto distrital

Questionado pelo repórter Luiz Carlos se apóia a adoção do voto distrital, ele avalia que isso representa um avanço porque a disputa fica mais equilibrada, mas citou o risco do fortalecimento de ‘coronéis’ da política, destacando que sua campanha candidatura foi feita sem recursos e sem compra de votos.

“Eu entrei na política e hoje continuo da mesma forma, talvez com menos do que antes, quando eu era bancário. Alguns me chamam de otário, de besta porque fui vereador e não tenho nada, mas eu tenho a condição de olhar no rosto de cada pessoa da minha cidade e ninguém vai dizer que eu me corrompi, que eu me vendi”, concluiu Jorginho Seixas.