A Polícia Civil detalhou à imprensa na manhã desta sexta-feira, dia 25, as investigações sobre a tentativa de assassinato contra a enfermeira Silvânia Maria Góis Gomes, 39 anos, ocorrida na rodovia José Sarney, bairro Aruana, na manhã do dia 13 de fevereiro. A coletiva ocorreu na sede da Superintendência da instituição, em Aracaju.
O delegado Jéferson Alvarenga, da 4ª Delegacia Metropolitana, explicou como se deu a apuração que levou à prisão dos acusados pelo crime: o esposo da vítima e suposto mandante, o médico Vanderlei Gomes Santos, 54 anos, e o amigo dele, o aposentado José Crizanto Valério, 55, que teria feito os disparos.
Também foram apresentadas a possível arma usada no crime, um revólver calibre 38, e uma pistola calibre 9 milímetros. Ainda foram localizadas com ambos cerca de 250 munições de seis calibres diferentes, sendo alguns de uso exclusivo das Forças Armadas e de Segurança Pública, como as de fuzil 7,62 e .30.
As investigações contaram com o apoio das 6ª e 12ª Delegacias Metropolitanas e da Divisão de Inteligência e Planejamento Policial (Dipol). As equipes policiais envolvidas na investigação cumpriram os mandados de prisão no final da tarde desta quinta-feira, 24, no bairro Atalaia, na capital.
Investigação
Alvarenga explicou que Vanderlei e Silvânia teriam saído para caminhar na praia na manhã de 13 de fevereiro e, em determinado momento, ele disse que teria se afastado dela para fazer uma corrida, e ligou para o comparsa, que se aproximou da enfermeira, fez os tiros e fugiu num carro com placa adulterada.
Em seguida, Crizanto se encontrou com Vanderlei e ambos fugiram, deixando a vítima agonizando. Ela relatou ter se fingido de morta e o agressor saiu em disparada. O aposentado seguiu com o médico para a residência do casal e o mentor do crime fez parecer para os filhos que ficou em casa o tempo todo.
“Ele fingiu que não sabia de nada e que a esposa teria saído sozinha para caminhar. Mas cruzamos várias informações, inclusive imagens da regiuão obtidas por câmeras da SMTT [Superintendência Municipal de Transportes e Trânsito] e do Ciosp [Centro Integrado de Operações em Segurança Pública]”, informou Alvarenga.
O delegado da 4ªDM esclareceu que pôde verificar ainda ligações telefônicas entre Vanderlei e Crizanto em momentos próximos ao do horário da tentativa de homicídio. “Esses e outros fatos comprovaram o envolvimento de ambos. Vamos agora realizar exames na arma apreendida para saber se foi a usada no crime”.
Ainda de acordo com o responsável pelo inquérito, mesmo diante dos indícios os presos negam a participação na tentativa de assassinato, o que para ele não desqualifica o levantamento. “Vamos trabalhar ainda para tentar elucidar o motivo que levou o marido a tramar a morte da esposa”, resumiu Alvarenga.
Recuperação
A enfermeira Silvânia Gomes sobreviveu e recebeu alta médica somente depois de 25 dias de internação. Ela foi atingida com um tiro na nuca, à queima roupa. O estado de saúde dela é considerado bom, mas requer cuidados, como a utilização de sonda para alimentação e protetor cervical.
Segundo o delegado, Silvânia se comunicou durante esse período através de bilhetes, mas nesses contatos a única referência que teria feito ao ocorrido é que não viu a fisionomia do criminoso que a atingiu. Inicialmente a Polícia Civil chegou a trabalhar com a possibilidade de assalto.