Vitorioso Del Bosque, foi o personagem dessa Copa do Mundo
É incrível, quando atualmente vivendo uma realidade caótica e adversa, politica e econômica, submetendo nossos ouvidos a uma monótona cantilena a entoar lamentos de desesperança por todos os lados, sabermos que nos escombros desse deserto castigado e sedimentado pelo pessimismo existe, entre outros poucos, um oásis a desafiá-las. Como explicar tamanho abismo?
O noticiário, que anteriormente despertava nossa atenção pela gravidade dos delitos que envolvem políticos e empreiteiras, já nos causa enfado pela repetição. Recessão, inflação, CPI e impeachment continuarão ainda por muito tempo a alimentar os meios de comunicação em seu gosto macabro pelo sensacionalismo. Por conta desse quadro conturbado e recessivo alguns estados e municípios encontram-se impossibilitados de honrar seus compromissos com fornecedores e funcionalismo público.
Qual a causa dessa catástrofe? Não mais pode ser atribuída ao cenário internacional, sempre repetido, não passando de mero bode expiatório que dada a insignificância do seu tamanho não consegue empanar os reais motivos escancaradamente evidentes na irresponsabilidade política, na crônica rapinagem, falta de imaginação para contornar problema, resultando num perfeito casamento com a incompetência administrativa.
Deixando de lado o lamaçal acima, citado apenas para fazer contraponto a uma realidade inversa, vamos respirar o ar puro de uma natureza imaculada, livre da excrecência que modela e infecta grande parte do nosso cenário político-administrativo. Estamos a nos referir a Paulo Afonso, atualmente sob a gestão do competente e carismático Dr. Anilton Bastos Pereira, em seu terceiro mandato.
Bom seria, para darmos sustentação às nossas palavras, fosse possível exibirmos imagens da cidade e depoimentos dos munícipes, inclusive de seus adversários que convencidos pela evidência, não deixam de reconhecer a competência e o brilho da sua administração. É bom que frisemos que esse brilho ganha uma maior dimensão quando fomos informados que houve uma redução em sua arrecadação em torno de sessenta milhões de reais.
Não obstante essa perda significativa, encontrando-se como os demais no centro de uma tempestade, Paulo Afonso consegue evita-la, levantar velas e navegar, altaneiro, numa suave brisa e águas tranquilas. Nesse sentido, é de se realçar que em dezembro conseguiu pagar o 13º salario e o respectivo mês. É vasto o programa de assistência social, não se atendo a apenas à distribuição de cestas básicas, entre tantos outros. No que diz respeito ao aspecto da cidade, com um comércio pujante que cresce à passos largos, com lojas de renome das grandes redes, limpa e à altura do primeiro mundo, caprichosamente maquiada, lembra o requinte e a beleza de uma noiva sendo conduzida para o altar. Eis porque, partindo desse cenário promissor, podemos vislumbrar e acreditar, face à bravura pauloafonsina, vê-lá transformada, não obstante cercada por uma natureza adusta e cruel, numa metrópole sertaneja. Isto se não houver uma quebra na sequência de mandatários investidos das virtudes que distinguem a excelência das grandes administrações.
Como explicar o aparentemente inexplicável? Será que o prefeito possui o dom de Midas? Será que foi agraciado com o milagre da multiplicação? Nada disso. Nem Midas, que transformava em ouro tudo que tocava ou alguém com o poder de Cristo para multiplicar o pão? O milagre chama-se apenas honradez e decência que impede que o dinheiro, ladinamente, fuja da sua legítima finalidade.
É muito provável que certos estados e municípios tenham reais motivos para suas dificuldades. Entretanto, quando vivemos numa cultura enraizada na esperteza e gatunagem, temos uma natural tendência a ela atribui-las. Essa nodoa indelével que nos avilta, faz com que o aparecimento de homens honestos no serviço público seja entendida como uma dadiva do Criador ou resultado da sorte em concurso da loteria.
O município de Paulo Afonso até parece ter sido distinguido por uma dessas duas hipóteses, tendo um prefeito ungido pela probidade e competência, razão porque, no meio das lamentações que ecoam na aridez do deserto, consegue transformá-lo num oásis.
