Kléber não suoerou a defesa do Botafogo
Os maus presságios de 2010 ainda assombram o palmeirense no começo de temporada. Na noite deste sábado, o Palmeiras não teve criatividade e viu na burocracia do seu jogo a principal dificuldade para tirar o zero do marcador contra o Botafogo de Ribeirão Preto: 0 a 0 no Pacaembu, na estreia do Campeonato Paulista 2011.
O Verdão, que ainda tenta se recuperar do mau ano de 2010, se viu em boa parte do jogo encurralando o rival do interior em seu campo de defesa, mas, sem peças para mudar o rumo do jogo, não conseguiu corresponder à expectativa da torcida.
O placar mostrou um 0 a 0 insosso e sem grandes emoções no Pacaembu, provando que as últimas temporadas ainda encontram ressonância no Palmeiras de hoje.
O Alviverde chegou ao Pacaembu sem desfalques, apesar dos reforços da temporada (Adriano, João Vítor, Cicinho e Thiago Heleno) não terem, ainda, condição de estrear.
A Pantera, por sua vez, não pode contar com Anselmo, Marcinho, Dão e Pablo Escobar, além do lateral Eduardo Ratinho, ex-Corinthians.
Minutos antes do jogo, uma situação inesperada: o experiente André Neles, que seria titular, passou mal e acabou nem entrando em campo. Gilmar Baiano começou a partida em seu lugar.
FREIO DE MÃO PUXADO
O Palmeiras entrou em campo com a moral de quem não perde em estreias de Campeonato Paulista há 16 anos, quando foi derrotado pela Portuguesa por 2 a 1.
Mas foi a Pantera de Ribeirão Preto que se sentiu à vontade no começo de jogo: aos 4, o zagueiro Dirceu aproveitou bobeada de Danilo e encobriu Deola, mas a bola não entrou.
Logo depois, foi a vez de Assis cabecear livre. A bola desviou na zaga e enganou o goleiro alviverde, mas atingiu a rede pelo lado de cima.
Aos 10, o Palmeiras começou a melhorar no Pacaembu e a impor seu estilo de jogo. Kléber avançou pela esquerda, cruzou e, com a rebatida do goleiro, lutou com a zaga, mas só conseguiu um escanteio.
O fantasma das contusões do goleiro Marcos assombrou os palmeirenses no Pacaembu por um instante: foi o momento em que o zagueiro Dirceu dividiu pelo alto com Deola, e o alviverde levou a pior. Mas o substituto de Marcos não precisou sair de cena e continuou em campo.
Até o momento, o Palmeiras mal tinha chutado a gol. Foi quando Tinga recebeu e arriscou de longe, aos 19. No rebote, Kléber dividiu com a zaga. O Verdão começava a reagir.
Jogando muito pelas laterais, os bons lances envolvendo Tinga, Vítor e Lincoln começaram a dar resultados. O lateral-direito acionou Lincoln em profundidade, aos 28, e o meia cruzou fechado. Júlio César quase mandou para as próprias redes.
Dois minutos depois, o ex-meia do Schalke 04, mesmo caído, achou Vítor dentro da área, que emendou no lado de fora da rede. Houve quem gritasse gol no Pacaembu!
Aos 35, Gilmar Baiano, o mesmo que foi escalado no lugar de Andre Neles, sofreu falta e não suportou as dores: O meia Paulinho entrou em seu lugar.
Com 40 minutos de jogo, Marcos Assunção lembrou aos palmeirenses que, em caso emergencial, sua bola parada poderia vir a ser o lance redentor do Verdão a qualquer instante.
E foi por pouco: escanteio fechado de Assunção e quase gol olímpico no Pacaembu, para delírio da torcida palmeirense.
Para não dizer que o Botafogo deixou de atacar, aos 43, Assisinho invadiu a área com perigo e não achou ninguém para completar sua boa jogada.
Como dominava as ações, o Verdão ficou o tempo todo exposto ao contra-ataque da Pantera. E esse cenário se repetiu para o segundo tempo, como era esperado.
Aos 10, em um momento de pressão alviverde, o goleiro Júlio César precisou afastar duas bolas aéreas seguidas para manter o zero no placar. No segundo lance, Maurício Ramos dividiu com o goleiro da Pantera praticamente em cima da linha: o goleiro teve de ser atendido.
Novamente, a esperança da bola parada de Marcos Assunção tomou conta da atmosfera do Pacaembu. Foi aos 18, quando Kléber foi derrubado. O experiente volante, porém, frustrou o pequeno público presente – pouco mais de 7 mil palmeirenses – e acertou a barreira.
Dois minutos mais tarde, o mesmo Assunção, que não cotnava com a habitual inspiração, resolveu inovar: em falta lateral, ele tocou rasteiro para Luan, dentro da área, mas a zaga adversária repeliu o lance antes que a bola chegasse á Luan.
Mesmo com Patrik no lugar de Lincoln, as perspectivas verdes dentro de campo não se alteraram. Kléber, que lutou o tempo inteiro dentro de campo, foi substituído por Dinei.
Nessas horas, o torcedor do Palmeiras teve de se contentar com a pouca profundidade do elenco, que não apresentava opções para transformar o resultado do jogo.
Em um último suspiro alviverde, Luan achou Vítor na área, mas o lateral concluiu com um carrinho para longe da meta de Júlio César.
Ao fim de uma noite melancólica para o torcedor alviverde, ainda sobrou tempo para a torcida entoar um grito que se tornou frequente nos últimos anos, e que resumiu muito do que foi a partida no Pacaembu hoje:
– Ô ô ô, queremos jogador!
Na segunda rodada, Verdão vai à Piracicaba enfrentar o Ituano, na quinta-feira (20). No mesmo dia, o Botafogo recebe o Noroeste no estádio Santa Cruz.
FICHA TÉCNICA:
PALMEIRAS 0x0 BOTAFOGO-SP
Estádio: Pacaembu, São Paulo (SP)
Data/hora: 15/1/2011 – 19h30
Árbitro: Márcio Roberto Soares
Auxiliares: Márcio Luiz Augusto e Fabrício Porfírio de Moura
Renda/público: R$ 221.589,00 / 7.433 pagantes
Cartões amarelos: Luan, Kléber (PAL); Rodrigo Soares (BOT)
PALMEIRAS: Deola; Vítor, Danilo, Maurício Ramos e Rivaldo (Vinicius, 43’/2ºT); Márcio Araújo, Marcos Assunção, Tinga e Lincoln (Patrik, 28’/2ºT); Luan e Kleber (Dinei, 36’/2ºT) Técnico: Luiz Felipe Scolari
BOTAFOGO: Julio César; Dida, Dirceu, Augusto e Andrezinho; Rodrigo Pontes, Leandro Carvalho (Chicão, 36’/2ºT), Assis (João Victor, 41’/2ºT), Ramon e Gilmar Baiano (Paulinho, 36’/1ºT); Assisinho Técnico: Roberto Fonseca
