Parte dos homicídios em Sergipe está relacionada com o consumo de álcool
Era uma segunda-feira à noite. Um casal aproveitava a folga, bebendo, nas áreas dos mercados centrais, em Aracaju. Após excederem no consumo da bebida, uma discussão entre eles levou a um desfecho inesperado: a mulher, alcoolizada, tira a vida do marido após desferir golpes com um instrumento perfurante.
Maria Quitéria Lopes, 36 anos, foi presa em flagrante pelos agentes das 1ª e 5ª divisões do Departamento de Homicídios e Proteção a Pessoa (DHPP). Segundo ela, o histórico do relacionamento era de brigas constantes e agressões físicas, por parte do marido, o que levou-a, ao efeito do álcool, ceifar a vida de Josinaldo.
Casos de homicídios como esse, motivados pelo consumo exagerado de álcool, são mais comuns do que se pode imaginar. Segundo o diretor do DHPP, delegado Jonathas Evangelista, a relação entre essas duas variáveis incentiva algumas pessoas a agredir ou até mesmo a matar seu desafeto.
“Durante nossas investigações, percebemos que muitas pessoas já saem de casa armadas à procura de seu desafeto e, quando bebem, acabam criando coragem e cometendo esse tipo de crime”, relatou.
Pesquisa da Universidade Federal de São Paulo mostra que metade dos autores de violência doméstica no Brasil consumiram bebida alcoólica. Na medida em que aumenta a ingestão e a mistura com outras drogas, também cresce a gravidade das lesões, muitas com resultado trágico.
Ainda segundo o delegado, esses casos são mais recorrentes aos finais de semana e em períodos festivos, onde o consumo do álcool é mais estimulado.
“Em regra, as ocorrências ligadas a esse tipo de crime são praticadas por jovens do sexo masculino, quase sempre aos finais de semana, principalmente domingo à noite, onde a maioria das pessoas estão de folga e passaram o dia bebendo” explicou.
Com o objetivo de reduzir o número de ocorrências, como o crime de homicídio motivado pelo consumo excessivo de álcool, a Secretaria da Segurança Pública de Sergipe (SSP) promoveu a campanha “Bebeu, Dançou”, que segundo Jonathas Evangelista, é uma forma de conscientizar as pessoas.
“Queremos que com essa campanha as pessoas bebam menos e acabem não tendo incentivo de praticar crimes dessa natureza. A polícia também, fazendo seu papel ostensivo e preventivo, pode evitar o porte de armas e diminuir consideravelmente o número de homicídios” finalizou.
