A exemplo do que já vem sendo trabalhado com a Vara de Execuções Penais, o juiz titular da 15ª Vara Criminal da Capital – Juizado de Entorpecentes – Cláudio José Gomes Lopes, buscou na manhã desta quarta-feira (23) apoio junto à Secretaria de Estado da Promoção da Paz (Sepaz), por meio do projeto Acolhe Alagoas, para atendimento a demanda de dependentes químicos presos em flagrante delito por porte ilegal de drogas.
“No Juizado de Entorpecentes, vemos que muitos réus ao final do processo criminal não são traficantes e sim dependentes químicos que para manter seu vício tornam-se aviõezinhos do tráfico de drogas. O que queremos é encaminhá-los para o Acolhe Alagoas para uma triagem, identificação dos níveis de dependência química e posterior tratamento na rede conveniada à Sepaz”, afirmou o juiz Cláudio Lopes.
O secretário da Paz, Adalberon Sá Junior, destacou, durante a visita, que este era um desejo da Sepaz: estabelecer parceria com o Juizado. “A exemplo do que já é trabalhado junto ao sistema prisional com os reeducandos que estão na unidade de ressocialização, podemos criar grupos de autoajuda para atender a demanda que venha ser apresentada pelo Juizado de Entorpecentes e identificada à necessidade do acolhimento, essa ocorrerá de imediato”.
Acompanhado do superintendente Luan Gama, o magistrado conheceu o funcionamento do Centro de Acolhimento a Pessoas com Dependência Química, bem como toda Superintendência de Política sobre Drogas da Sepaz, e tirou dúvidas quanto aos procedimentos de triagem, acompanhamento e desenvolvimento dos acolhidos em recuperação. Ele também conheceu o funcionamento in loco de uma das comunidades conveniadas à Sepaz – Nova Jericó, em Marechal Deodoro.
Claudio Lopes destacou ainda que o acolhimento pode contribuir com a prevenção da criminalidade. “Constantemente recebemos advogados com alvarás de soltura ou pedidos de cumprimento de diversas medidas cautelares, o que acaba gerando muitas vezes uma reincidência. Então se pudermos criar mecanismos que possibilitem condicionar o cumprimento das medidas com o tratamento desse dependente, estamos mudando a realidade do Juizado e diminuindo assim a reincidência destes”.