O pano dobrável alagoano – jogo americano – produzido pela artesã Vera Cristina Cavalcante, da Cooperativa das Artesãs da Barra Nova (Coopeartban), é o grande campeão do 6º Prêmio Objeto Brasileiro, promovido pela A Casa-Museu do Objeto Brasileiro, organização social sem fins lucrativos que tem como objetivo contribuir para o reconhecimento, valorização e desenvolvimento da produção artesanal no país. A solenidade de premiação acontece no dia 27 de novembro, em São Paulo.
A delicadeza do artesanato alagoano foi destaque na categoria ‘Objeto de Produção Coletiva’, que contempla objetos feitos de forma artesanal ou semiartesanal por grupos de artesãos, comunidades, associações ou cooperativas.
Para a gerente de Projetos da Coopeartban, Wendy Sherry Oliveira Barros, a conquista tem grande importância e representa o reconhecimento de um intenso trabalho para vencer as dificuldades enfrentadas pela entidade. “Esse prêmio mostra que não devemos desistir nunca; que é preciso seguir firme na luta pela valorização do nosso artesanato. É um incentivo a mais”, afirmou.
Em funcionamento há 14 anos na Barra Nova, povoado do município de Marechal Deodoro, a Cooperativa possui, atualmente, 20 cooperadas da própria comunidade e conta ainda com a colaboração de outras 50 artesãs do Francês, Marechal Deodoro e até de Arapiraca.
Wendy Sherry acrescenta que, além do resgate cultural e valorização do artesanato local, o trabalho da Coopeartban também desempenha significativo papel social ao garantir o empoderamento e a independência financeira das cooperadas. “Esse, talvez, seja o principal aspecto que nos motiva a nunca desistir: a valorização pessoal por meio da arte”, completou.
A artesã Vera Cristina Cavalcante explica que a confecção da peça surgiu da necessidade de melhorar e inovar alguns produtos da Cooperativa. “Percebemos que o jogo americano tinha bastante saída nos eventos e feiras, e decidimos pensar em como atender à necessidade do mercado. Uma das ideias foi modernizar e conceituar o produto, mas sem perder a essência cultural”, explicou.
Segundo a artesã, o folguedo Guerreiro foi escolhido para nomear e representar a cultura alagoana, pelas cores e movimentos que a peça tem, e a forma geométrica foi escolhida para diferenciar dos demais jogos que já existiam no mercado.
“Decididos as cores, o ponto e a forma, partimos para a produção coletiva. Durante a produção, melhorias foram feitas, as cores e o acabamento foram alterados, até chegarmos ao produto final. Ao analisar o produto totalmente acabado e impermeabilizado, percebi que ele dobrava e que, no formato retangular, diminuía seu tamanho e virava um quadradinho, uma peça totalmente diferente do que existia no mercado artesanal da renda filé, além de muito moderna”, relatou.
