A palestra do rapper MV Bill, que aconteceu, no Centro Cultural e de Exposições Ruth Cardoso, mobilizou dezenas de estudantes de escolas públicas, integrantes de projetos sociais e autoridades. Com uma linguagem franca e direta, ele contou sua história e como fez para se distanciar do vício e do tráfico.
Sua terceira visita a Maceió foi uma promoção do Fórum Permanente de Combate as Drogas, que contou com o apoio da Prefeitura de Maceió, por meio da Secretaria Municipal de Educação (Semed).
Ele falou do tema “Como se livrar das drogas”, de duas maneiras. Apresentou o outro lado do tráfico, que é o aliciamento de crianças sem oportunidade da periferia. O fim trágico, na maioria dos casos com a morte, serviu para alertar o público sobre o “caminho sem volta” que é a busca pela “ilusão do dinheiro fácil”.
MV Bill apontou como saída para as drogas o trabalho com educação e abertura de oportunidade. Ele reconheceu que o mais importante é o investimento em educação. “A oportunidade surge para quem tem acesso à educação. Por isso, é importante se envolver com o ensino, porque, como diz o lema do Fórum Permanente, ‘Quem se informa não se droga'”, afirmou o rapper.
Fundador da Ong Central Única das Favelas (Cufa), ele mantém relacionamento com qualquer setor público. Segundo Bill, o fato de não ter partido político lhe permite conseguir parcerias que ajudem a mudar a realidade de comunidades carentes. No Rio de Janeiro, a fórmula empregada é ensinar música, vídeo e esporte como complemento da educação formal.
Para completar o trabalho, as famílias também passaram a aprender ofícios e a conhecer quem são os seus filhos. A integração tem contribuído para que milhares de crianças tenham desistido de aderir à tentação do tráfico no bairro da Cidade de Deus, área residencial com dimensão similar ao Benedito Bentes.
Os projetos desenvolvidos pela Cufa podem servir de referência para outros estados. Na avaliação de MV Bill, em qualquer lugar onde exista violência é importante ocorrer atuação de pessoas dispostas a acreditar no jovem. Para o artista e documentarista o poder público precisa ser provocado a investir em ações preventivas.