Com número de novos casos estabilizados, países do continente europeu dão início ao plano de reabertura, com uma prévia do que será o “novo normal” na era pós-pandemia.
Na Europa, os registros de contaminados pelo novo coronavírus apresentam sinais de enfraquecimento e a vida começa a voltar à normalidade.
O “novo normal” ainda inclui uso obrigatório de máscaras e uma série de protocolos e medidas de segurança sanitária, para minimizar as possibilidades de uma nova onda da doença, mas os europeus já estão podendo circular nas ruas, transporte público e espaços fechados.
A liberação gradual é reflexo das sérias medidas de distanciamento social adotadas pelos governos europeus. Elas incluíram limitação da locomoção terrestre, fechamento de estabelecimentos comerciais de produtos não essenciais, proibição de serviços também não essenciais como academias de ginástica e salões de beleza e fechamento de fronteiras.
Após esse lockdown, os países do continente conseguiram controlar a disseminação do novo coronavírus, reduzindo consideravelmente o número de pessoas diagnosticadas com a covid-19.
Até mesmo a Itália, que foi um dos epicentros e conta com quase 34,5 mil mortes provocadas por complicações associadas à doença, começa a flexibilizar as regras do distanciamento social e se preparar para o verão que se aproxima.
A expectativa é de que as medidas de segurança sanitária impostas por cada país nessa reabertura consiga atrair mais turistas para a temporada e possa recuperar os prejuízos causados pela pandemia na economia.
Veja como está sendo feita a reabertura nos principais países do continente europeu.
Itália
Começou neste mês o processo de reabertura na península. Com isso, os italianos já podem voltar a frequentar parques e jardins públicos, desde que sejam respeitadas as medias de distanciamento entre as pessoas.
Nos transportes públicos só será permitida a entrada de passageiros que estejam utilizando as máscaras de proteção. Além disso, será respeitado o distanciamento de um metro entre os passageiros.
Também estão permitidas viagens para os países membros da União Europeia, para o Reino Unido e outros.
Teatros, cinema e show também já podem ser realizados, mas as apresentações devem ser feitas com assentos marcados com um metro de distância entre cada espectador. O público é limitado a mil pessoas para eventos em lugares abertos e a 200 em espaços fechados.
A administração de museus e demais espaços culturais estão responsáveis por orientar os visitantes a seguirem as normas de segurança sanitária para evitar possíveis contágios.
As escolas devem retomar somente em setembro.
Reino Unido
Com mais de 301 mil casos confirmados da doença, o Reino Unido também iniciou sua reabertura este mês, com crianças retomando as aulas logo nos primeiros dias.
A permissão é válida apenas para duas faixas etárias específicas – de 4 a 6 anos e de 10 a 11 anos – para tentar ajudar os pais que precisam retomar seus postos de trabalho. Os alunos do ensino médio devem retornar às salas de aula mais para frente.
No dia 15, o comércio de itens não essenciais foi liberado, provocando longas filas nas portas de lojas.
Porém, há regras para frequentar esses locais. Além do uso obrigatório de máscaras, há restrição do número de pessoas no interior ao mesmo tempo, foram tomadas providências para garantir o distanciamento e alguns itens não podem mais ser manipulados.
Espaços públicos como zoológicos também foram reabertos, respeitando as medidas de segurança. Os locais de culto religioso, no entanto, permitem apenas orações particulares.
O transporte público também está liberado, desde que os passageiros estejam fazendo uso das máscaras de proteção.
Portugal
O comércio foi reaberto no começo de junho, condicionado ao uso obrigatório de máscaras.
Com mais de 38 mil casos da doença, o país permite que lojas e restaurantes em centros comerciais possam atender sob demanda, desde que respeitado o distanciamento físico de um metro entre os consumidores.
Museus, teatros e casas de show também já estão em funcionamento em solo lusitano.
No entanto, a capital, Lisboa, ainda não está liberada para receber consumidores, porque tem registrado número de contágio expressivo, superior ao restante do país.
As pré-escolas também já estão funcionando, assim como os clubes esportivos, que contam com novas regras de saúde para exercerem suas atividades.
O teletrabalho deixa de ser obrigatório, ficando a critério das empresas manterem esse sistema de trabalho ou não.
Espanha
Com mais de 245 mil casos confirmados de covid-19, a Espanha já está na segunda fase do plano de redução do confinamento.
Nessa etapa serão reabertos o comércio local e os shoppings centers, com limitação de 40% do público que normalmente frequenta esses espaços.
Restaurantes também voltaram a funcionar, com restrição de mesas disponíveis para garantir o distanciamento físico mínimo exigido para a segurança de todos.
Cinemas, teatros e auditórios voltarão a receber público, desde que respeitada a regra de menos de 50 pessoas para eventos em ambientes fechados e menos de 400 para aqueles realizados ao ar livre.
Comportamento do euro
Desde que o plano de reabertura dos principais países começou a ser colocado em prática, no último dia 15, a moeda única da União Europeia apresentou leve valorização frente ao dólar.
Isso ocorreu porque paralelamente à retomada das atividades econômicas no continente europeu, o Fed (Federal Reserve, o Banco Central dos EUA) anunciou um aporte de estímulos à recuperação da economia do país, desvalorizando a moeda norte-americana frente às demais.
Com mais dólares no mercado, os investidores não precisam mais buscar tanto por segurança, assim, o preço da divisa tende a cair. Isso beneficia a cotação do euro, em comparação
No entanto, a volta do risco geopolítico gerado pelos conflitos entre China, Índia e Coreias do Norte e do Sul e a ameaça de uma segunda onda de contágio do novo coronavírus, levou o dólar a se valorizar novamente frente às moedas mais fortes do mundo.
