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Alagoas

Pacientes do SUS que residem fora de Maceió não tem acesso a serviços

Gestores municipais de saúde reuniram-se na sede da AMA

Gestores municipais de saúde reuniram-se na Associação dos Municípios Alagoanos (AMA) nesta terça-feira, 16, para encontrar soluções para a falta de acesso de usuários do SUS (Sistema Único de Saúde) quer residem fora da capital alagoana no que diz respeito ao acesso de consultas e exames de média complexidade em Maceió.

Com mais de 60 dias sem conseguir atendimento de referência na capital, os gestores buscam estratégias para solucionar o problema. “Nós não sabemos mais o que fazer. No meu município, os usuários estão, com razão, revoltados pela falta de acesso. Nós encaminhamos o paciente para uma consulta e eles retornam sem o devido atendimento. Isso precisa mudar”, disse Josefa Petrúcia, secretária de saúde de Rio Largo e vice-presidente do Conselho de Secretarias Municipais de Saúde de Alagoas (COSEMS/AL).

90% dos alagoanos dependem do SUS

Durante o encontro na AMA que contou com a participação do secretário de saúde de Maceió Adeilson Loureiro, o presidente do COSEMS/AL, Pedro Madeiro, lembrou que 90% da população alagoana depende exclusivamente do SUS. “Nossa população depende do SUS para resolver problemas de saúde e para ter melhor qualidade de vida. Os municípios, através da Programação Pactuada Integrada (PPI), deixam recursos na capital para ter acesso às consultas que não estão disponíveis no interior, como é o caso da média/alta complexidade. Por isso, o que estamos reivindicando é o direito da população, assegurado pelos instrumentos de gestão, do próprio Sistema”, ressaltou Pedro Madeiro.

Em sua fala, Adeilson Loureiro, que, apesar de ter assumido a Secretaria Municipal de Saúde de Maceió há poucos dias, mas já ocupou o mesmo cargo cerca de oito anos atrás, explicou que essa situação da capital existe há algum tempo. “Quando me familiarizei com a atual situação da questão das consultas de média complexidade, imediatamente entrei em contato com a Secretaria Estadual de Saúde (SESAU) para tentarmos resolver os entraves. Nós sabemos dos problemas e estamos buscando estratégias e ajuda para encontrar as soluções. Ou seja, precisamos de maneira conjunta, Estado e COSEMS, que representa os 102 municípios, regular o acesso”, disse Loureiro.

O secretário Adeilson destacou ainda que Maceió tem capacidade instalada (atendimento) para garantir o acesso de todos os usuários do SUS. “O grande problema é a regulação da assistência. Precisamos colocar toda a rede dentro do Sistema de Regulação para que, através do CORA, possamos resolver a questão”, argumentou. Ao final da reunião, ficou definida a composição de um Grupo Técnico de Trabalho para resolver a problemática. O primeiro encontro do grupo será realizado na próxima quinta (18), na sede do COSEMS/AL.

O que é atendimento de média complexidade

A média complexidade pode ser entendida como o conjunto de ações ambulatoriais e hospitalares, caracterizados pela especialização médica, procedimentos diagnósticos e terapêuticos. Consultas nas áreas de cardiologia, oftalmologia, ultra-sonografia, ortopedia (próteses e órteses) e endoscopia, entre outras, estão entre as chamadas de “média complexidade”. Esses tipos de consultas/exames não estão disponíveis nos municípios de pequeno porte (que é o perfil da grande maioria das cidades alagoanas), tendo que haver a referência das consultas em outras localidades (como Maceió, Penedo e Arapiraca).