Fundada em 1940, a Orquestra Sinfônica Brasileira (OSB), uma das mais importantes do país, retoma suas atividades neste domingo, às 18h, com um concerto beneficente na Sala Cecília Meireles, na Lapa, centro do Rio, após um período de grave crise financeira. O concerto beneficente, em prol da própria fundação mantenedora da orquestra, terá como regente o maestro Roberto Tibiriçá e como solista o pianista Leonardo Hillsdorf. No repertório, obras de Chopin, Johann Strauss e Tchaikovsky.
Mais do que um retorno, a apresentação de hoje marca a conquista de dois novos e importantes contratos de patrocínio que permitiram à OSB regularizar, no início de setembro, o pagamento dos músicos, que ficaram meses sem receber salários. Ao longo dos anos de 2015 e 2016, a OSB perdeu a maior parte de seus investidores, em função da crise financeira no país, o que gerou um rombo de R$ 21 milhões e a suspensão das atividades de uma orquestra que soma mais de 5 mil concertos em 77 anos de atuação.
“Com a reestruturação executiva que promovemos recentemente, seremos capazes de apresentar ao público um trabalho absolutamente novo no mercado e na história da música sinfônica no país, focando também nos projetos de responsabilidade social”, afirmou o presidente do conselho curador da Fundação OSB, Eleazar de Carvalho Filho. Ele informou que serão anunciadas no evento de hoje as datas dos próximos concertos na Sala Cecília Meireles, espaço da Secretaria Estadual de Cultura que, a partir de agora, concentrará a temporada de apresentações da orquestra.
A Fundação OSB também firmou parceria com a Rádio MEC FM, da Empresa Brasil de Comunicação (EBC), para transmissões ao vivo dos concertos pela emissora e pelas redes sociais. Em entrevista ao programa Antena 1, da MEC FM, o pianista Miguel Proença, diretor da Sala Cecília Meireles, manifestou satisfação em abrigar os concertos da orquestra que marcou sua carreira musical.
“Quando cheguei ao Rio de Janeiro, ainda jovem, para estudar, não perdia os concertos da OSB. Os solistas da orquestra eram marcantes. Eu me lembro de Jacques Klein tocando em 11 concertos da OSB em um mesmo ano. Maestros maravilhosos passaram pela orquestra. Não há como uma instituição dessas desaparecer”, afirmou.
