
Antes do meio dia a berlinda com a imagem de Nossa Senhora de Nazaré entrou na Praça Santuário, encerrando uma das procissões mais rápidas dos últimos anos. A imagem foi recebida pelo administrador da Arquidiocese de Belém, Monsenhor Raimundo Possidônio. Às 12 horas começou a missa da chegada, celebrada pelo bispo da Arquidiocese de Abaetetuba, D. Flávio Giovanale.
O religioso ressaltou a celeridade da procissão e a tradição do almoço do Círio. “A procissão foi muito bem organizada e tranquila. Mostra que estamos no caminho do resgate da nossa fé e da nossa tradição. Hoje, as famílias vão poder celebrar a fé junto de seus familiares no almoço do Círio”, disse ele.
Quando a procissão entrou na avenida Nazaré já era pouco mais de 10h30. Um hora depois, a terceira estação da berlinda, a que resistiu depois que a quarta quebrou desvencilhando também a quinta estação, foi desmontada e guardada em frente à sede social do Clube do Remo.
No momento em que a imagem entrou na Praça Santuário houve um breve tumulto, mas logo os portões foram abertos. Com suor e lágrimas nos olhos, vários fiéis se ajoelharam, num último gesto de devoção e respeito à Santa padroeira.
Dádiva
Por ter conseguido um apartamento e uma viagem para retirar seu diploma, o professor Márcio Maciel, 38 anos, acompanha o Círio há 10 anos. De joelhos, ele disse estar recompensado. “É uma dádiva de Deus poder estar aqui agora, em companhia de Nossa Senhora, podendo agradecer essa graça”, afirmou ele, a poucos metros do altar na Praça.
Já o arrumador de estiva Ruberval Farias Mendes, 47 anos, percorreu o trecho do Ver-o-Peso até a Basílica carregando um barco de 1,30 metro de comprimento e pesando mais de 10 quilos. Ele disse que se sente renovado ao final da procissão, que acompanha há 27 anos. “São 10 anos na corda e 17 carregando o barco”, informou
Ruberval sempre se emociona ao contar a história de sua promessa. “Eu estava com minha mãe doente, com câncer. E eu não queria perdê-la. Então, pedi a Deus e à Nossa Senhora que lhe dessem a vida. E ela está viva até hoje, gozando de saúde. Por isso, eu escolhi o barco como, que é um símbolo bonito sobre a cabeças dos promesseiros, como se estivesse deslizando”, contou.
Vários promesseiros se ajoelharam para acompanhar a missa, enquanto nas ruas a multidão começava a se dispersar. Antes das 12h30 já havia ônibus transitando pela avenida Nazaré. O bispo D. Flávio encerrou a missa desejando um bom almoço a todas as famílias.