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Política

Oposição culpa governo Lula pelo desajuste fiscal

Para senadores da oposição, os cortes orçamentários anunciados pela equipe econômica do governo foram consequência dos gastos “irresponsáveis” do governo passado, de Luiz Inácio Lula da Silva. O senador Demóstenes Torres (DEM-GO) disse que o ex-presidente Lula gastou muito, provocou a volta da inflação e a consequente necessidade de ajuste nas contas deste ano. “O corte é necessário porque a inflação voltou com força. Ela é oriunda da irresponsabilidade do governo passado que gastou muito, torrou dinheiro para eleger a nossa presidente”, afirmou Torres.

Na opinião dele, a conta vai ser paga pelo salário mínimo e pelas emendas parlamentares, que devem ficar prejudicadas com o corte orçamentário. “Esse preço vai ser pago com o mínimo porque o governo não poderá mais usar o remédio ortodoxo dos juros. Eu temo que isso vá estourar também dentro do Congresso. É uma pena, porque muitas dessas emendas são reforços na áreas de educação, saúde e segurança”, lamentou o oposicionista.

Para os líderes governistas não há porque temer problemas com a base aliada em função de cortes nas emendas parlamentares. Para o líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR), “a base está acostumada” e deve aguardar até o segundo semestre para que a liberação de emendas volte à normalidade. “As emendas costumam ser liberadas no segundo semestre e eu espero que até lá a arrecadação possa aumentar e as emendas possam voltar a ser liberadas”, afirmou o peemedebista.

O líder do PT, Humberto Costa (PE), também procurou minimizar os efeitos do ajuste fiscal e disse que, com a base, “sempre se resolve”. Segundo ele, ao longo do ano o ajuste tende a afrouxar e o diálogo sobre as emendas voltará a acontecer. “Todo mundo sabe que isso não é um corte definitivo, e sim, um contingenciamento para evitar a pressão inflacionária”, alegou o líder do partido da presidenta.

O corte no Orçamento Geral da União anunciado hoje pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega, foi de R$ 50 bilhões, cerca de 1,2% do Produto Interno Bruto. Segundo o governo, estão sendo retirados os incentivos à economia que foram dados na época da crise internacional e que, agora, não são mais necessários.

Além disso, a ministra do Planejamento, Míriam Belchior, também anunciou que fará uma auditoria nas folhas de pagamento do funcionalismo público buscando, entre outros objetivos, reduzir pela metade o gasto com passagens e diárias. Além disso, a compra, reforma ou aluguel de imóveis e aquisição de novos veículos para uso administrativo estão proibidos. Concursos públicos foram suspensos e não serão feitas nomeações de quem já foi aprovado.