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Alagoas

Operação Mascotch: merenda escolar era trocada por bebidas e ração

Detida na Operação Mascotch, Ângela Garrote sorri para a imprensa

Uma força tarefa composta pela Polícia Federal, Controladoria-Geral da União e Procuradoria da República deflagrou na manhã desta quarta-feira, dia 30, uma operação denominada “Mascotch”. visando fazer prisões, busca e apreensões na capital e mais 12 municípios de Alagoas. A operação tem como objetivo apurar desvios de verbas na merenda escolar e é um desdobramento da Operação Caetés.

Estão sendo cumpridos 16 mandados de prisão temporária e 28 de busca e apreensão. De acordo com informações da PF, são realizadas buscas nas prefeituras de Maceió, Quebrangulo, Girau do Ponciano, Poço das Trincheiras, Feira Grande, Estrela de Alagoas, Arapiraca, Senador Rui Palmeira, Belo Monte, Lagoa da Canoa, Limoeiro de Anadia, Jacaré dos Homens e Traipú.

A operação conta com agente da Polícia Federal de Alagoas, Pernambuco, Rio Grande do Norte e Sergipe. De acordo com a polícia, entre os mandados de prisão são para: em Belo Monte – 1ª dama e ex-secretário municipal de Finanças; Craíbas – secretária de Educação; Estrela de Alagoas – ex-prefeita e secretária de Educação; Lagoa da Canoa – Secretária de Educação, 1ª dama/ Secretária de Assistência Social e ex-secretária de Finanças; Limoeiro de Anadia – 1ª dama e secretário de Administração; Traipu – vice-prefeita, 1ª dama/ secretária de Assistência Social, secretário de Indústria e Comércio e ex-secretário de Administração.

Este trabalho é um desdobramento da Operação Caetés, executada em outubro de 2010, que investigou esquema de desvio de recursos da alimentação escolar e envolve o trabalho de 28 Equipes de policiais federais e auditores da CGU, contando com a participação de servidores dos Estados de Pernambuco, Rio Grande do Norte, Paraíba e Sergipe.

Com a obtenção de novas provas, consistentes em processos licitatórios, controles de estoque de alimentos, notas fiscais, notas promissórias, bem como confissões, delações e testemunhos, a Polícia Federal fez nova representação pelas prisões e buscas, buscando, assim, demonstrar cabalmente todo um “esquema” de malversação de verbas públicas estruturado para apropriação de recursos destinados pelo Governo Federal ao custeio da merenda escolar e que se revelou maior do que inicialmente projetado.

O coordenador da Operação, delegado da Polícia Federal, André Costa, disse que nove pessoas já foram presas entre secretários municipais, primeira-dama e servidores públicos. “São prisões temporárias de cinco dias para investigações podendo ser prorrogadas por mais cinco dias. Vale lembrar ainda, que falta encontrar outras pessoas”, afirmou o delegado.

Segundo André Costa, o “rombo” nos cofres públicos chega a R$ 8 milhões. ” Estas pessoas desviavam o dinheiro da merenda escolar para comprar uísques 12 anos, garrafas de vinhos e ração para cachorro”, afirmou. Ele disse ainda que as pessoas suspeitas poderão responder por crime de peculato, formação de quadrilha e fraude.