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ONU alerta sobre protestos contra Minustah

O comando da Organização das Nações Unidas (ONU) está preocupado com a onda de protestos que domina a capital haitiana, Porto Príncipe, contra as tropas da Missão de Estabilização do Haiti (Minustah). Os manifestantes acusam os militares do Nepal de terem trazido os primeiros casos de cólera para o país. Mas, de acordo com especialistas, não há comprovações de que a epidemia registrada no Haiti tenha se originado pela contaminação via tropas nepalesas.

As informações são das Nações Unidas. Os últimos números mostram que o surto de cólera avança no Haiti. Pelo menos 917 pessoas morreram e cerca de 15 mil foram contaminadas. Em seis das dez províncias do país, a doença foi registrada.

As estimativas indicam que mais de 200 mil haitianos têm a doença. Os casos se tornam mais graves porque a maioria dos haitianos vive em alojamentos e ainda se recupera dos efeitos do terremoto de janeiro.

O coordenador humanitário e chefe da missão da Minustah, Nigel Fisher, afirmou que não há dados que comprovem as suspeitas de que o cólera tenha começado a partir de tropas do Nepal. “A conclusão foi que seria impossível determinar onde e como ela [a doença] veio”, afirmou. “Os relatórios e exames foram negativos até agora. Por isso afirmamos que é quase impossível encontrar uma fonte precisa.”

A ONU intensificou a campanha de informação e apoio à população do Haiti na tentativa de conter o avanço da doença. Nos últimos dias aumentou a distribuição de água, sabão e sais de reidratação oral nas áreas onde o cólera foi detectado. Houve ainda um apelo para o repasse de US$ 164 milhões para as autoridades haitianas no esforço de ajudar na prevenção e no combate à doença.

Os especialistas calculam que mais 200 mil casos de cólera serão comunicados, nos próximos seis a 12 meses. Paralelamente, as autoridades do Haiti lidam com as consequências provocadas pelo furacão Tomas, como as inundações e alagamentos em todo país. “Há preocupações que incluem desde questões de saúde e saneamento, assim como a área ambiental. É uma questão de segurança nacional”, disse Fisher.