Estamos em constante atividade olímpica. Ninguém escapa da ginástica da vida, seja qual for a modalidade. E o faz naturalmente!
Se fecharmos os olhos e nos concentramos no universo, o que veremos?
Gente correndo para o trabalho, dirigindo seus autos para as grandes empresas no intuito de conseguir o destaque; gente navegando pelos mares, rios e lagos. No mar, grandes navios, verdadeiras cidades flutuantes. Nos rios, embarcações menores, modalidades motorizadas ou a remo. Nos lagos, pescadores que lutam em busca do troféu mais caro: a sobrevivência! Na terra, ciclistas que obedecendo a contenção do bolso, pedalam para chegar lá. Motoqueiros que voam, inclinam, derrapam correndo contra o tempo para chegar primeiro na entrega da pizza, almoço e assim ganharem da concorrência. Os pedestres que escolheram a modalidade nº11 ( pés), caminhando, caminhando, lentamente ou correndo para não perder o ônibus, que é opção maior dos olímpicos da vida.
Os cadeirantes não ficam por menos! Estão por aí, inseridos na competição . Uns com o apoio dos competidores de nº 11 ( pedestres : “empurrantes”). Outros em suas cadeiras motorizadas, têm mais chance de conseguir a vitória.
Faltou alguma modalidade? Faltou, sim! A ginasta do lar! Aquela que logo cedo começa o aquecimento para no final do dia, receber o troféu de ouro, salpicado de diamantes: Observe o malabarismo dela: levanta cedinho, põe o café na mesa,acorda o pessoal, dá o sinal de alerta para o horário do trabalho, da escola, do médico, do dentista e por aí vai. Todos partem para a corrida e ela fica aguardando, com tudo preparado e ainda tem tempo pra olhar as notas que os pequenos olímpicos obtiveram durante a tarefa! E o peso pesado?, esquecemos dele? Não! Em cada beco, em cada esquina, em cada ponto estratégico existe um, cumprindo a sua prova:
sacos enormes sobre os ombros, caixas pesadas, carrinhos abarrotados de pedras, tijolos, areia, cimento e uma íngreme ladeira, enquanto outros nos altos dos andaimes fazem seus malabarismos com o tempo cronometrado para entregar a obra!
Mas ainda tem mais: aqueles que conduzem o amigo para a última morada. Tempos atrás era levado pelas mãos. Hoje o carro da funerária faz esse serviço. A maratona fica por conta da caminhada.
E os médicos, fazem ginástica olímpica? O posto do SUS repleto de pacientes. E ele, tem que correr contra o tempo para atender cada um: escutar a queixa, escrever na ficha,medir a pressão, escrever a receita.
Professores. não esqueci vocês não, viu? Portões abertos! Começa a corrida em série: Turma A, Turma B, Turma C, etc Menino que cai, menino que não sai do lugar, menina com cólica, menino sem nota,inadimplências, evasão, falta de merenda, banheiro entupido. Isso tudo só num turmo da maratona. Mas os troféus chegam, mesmo assim.
E a maratona dos repórteres, radialistas, comentaristas, colunistas? o que eles fazem? Precisam ser ágeis como a águia. O microfone pode se transformar numa arma contra eles. No momento da execução da prova,os incomodados não querem ouvir a verdade e tentarão derrubá-los, empurrá-los, cortar seus equipamentos.
Sigam em frente! Lancem a pergunta e se afastem, porque a resposta pode ser um empurrão. A olimpíada da vida precisa de vocês!
É assim,meus queridos, somos os eternos olímpicos. Todos nós estamos competindo: crianças, adolescentes, adultos, anciãos e até os bebês, os quais mesmo deitadinhos em seus berços, pedalam, mexem as perninhas sem parar.