Somos ávidos a voltar os nossos pensamentos, nossas lembranças aos acontecimentos pretéritos, na maioria deles, dolorosos. A nossa caminhada terrena é semelhante a uma corrente com vários elos ou como ciclos, estágios, que se sucedem naturalmente sem que percebamos. Toda essa caminhada deve ser encarada como necessária ao nosso aperfeiçoamento material e espiritual. É na escola da vida onde aprendemos a enfrentar sofrimentos e dissabores e a tirar de nossa trajetória, as pedras, os obstáculos que são os desafios constantes e insistentes que nos acompanham por toda a nossa vida.
Devemos estar atentos para sabermos identificar quando termina um ciclo e começa outro. Tenho sempre em mente o que ouvi de meu pai com relação a essas mudanças, dizia ele: “ Quando tudo está bem, se prepare porque algo de ruim pode acontecer”; “ Se estiver vivendo um momento de fartura, saiba guardar porque logo em seguida virá tempos difíceis.” É corriqueiro ouvirmos: “após a tempestade vem a bonança”. São essas alternâncias que entrelaçam nossas vidas que nos conduzem até o final de nossos dias. Saber identificar quando começa e termina uma dessas fases é um exercício de sabedoria. Se estivermos atentos, vigilantes saberemos transpor essas barreiras com menos sofrimento.
Desde a concepção, que considero como o primeiro ciclo, a primeira etapa, o inicio de uma caminhada, que pode ser longa ou curta, já é possível imaginar algumas dessas mudanças: nascimento, crescimento, os primeiros anos, a adolescência, a fase da juventude e das idades mais avançadas até a própria morte ou desencarne, como queiram. São as etapas previsíveis. Outras se apresentarão intercalando cada um desses círculos que não são previsíveis, mas que, por certo, nos farão companhia no transcorrer da vida. Algumas delas são comuns a todos os seres humanos outras, porém a alguns. Sejamos prudentes, atentos, para bem perceber quando estamos às vésperas de uma nova fase.
Os ciclos da vida têm surpreendido muitas pessoas desprevenidas, notadamente àquelas que acham que nada pode lhe afetar; que tudo pode acontecer a todos menos a elas. Se forem ricas, se afastam dos pobres, até mesmo daqueles com quem conviveram na infância; Se estão revestidos de poder, todos os outros são subalternos; se ocupam as destacadas posições na sociedade desviam o olhar para os mais carentes cuja obrigação era protegê-los.
Quem não conhece pessoas que foram ricas e hoje são pobres? Que antes eram detentoras de poder hoje destituído dele; que eram ocupantes da mais alta escala social, hoje, vivendo de aparências, sem prestígio, sem visibilidade? . São vítimas de sua prepotência, ignorância e falta de sensibilidade para consigo mesmo e para com o próximo. São esses que não souberam enxergar as mudanças que anunciavam um novo ciclo.
Cada tropeço na trajetória da vida deve ser entendido como um alerta, como um sinal de que algo precisa ser mudado, novos caminhos ou atalhos devem ser tomados para que a surpresa não nos aniquile e nos tire a coragem para continuar sempre olhando para a frente. Acabou o relacionamento busque outro, aprendendo a não repetir os mesmos erros de escolha. Perdeu o emprego, vá à busca do outro, sempre buscando em si mesmo as causas, sem as atribuir a ninguém. Muitos ficam estacionados, estagnados buscando explicações para a sua queda, e sempre as causas serão atribuídas a outrem quando ela mesma é seu próprio carrasco. Em várias ocasiões não vamos encontrar as respostas para os nossos tropeços, nossas quedas, pois poderão ser de ordem transcendental, espiritual, cujo acesso é restrito a poucos.
Parar no meio do caminho é por obstáculos à própria caminhada que se apresenta obrigatória e necessária. A vida é uma estrada, que pode ser curta ou longa, mas com trajetos, às vezes intransponíveis para àqueles que ficam à margem do caminho só vendo a banda passar, como diz o poeta. O passado não volta, já cumpriu o seu papel. Já foi útil ao nosso crescimento e aperfeiçoamento seja material ou espiritual. As dificuldades que se apresentam em nosso caminho, são fatos, acontecimentos, dos quais não podemos fugir. Devemos aprender a perceber sua chegada pelas evidências diárias, a fim de que possamos desviá-los do nosso trajeto.
Não olhe para o passado remoendo suas lembranças que maltrata e aflige. Siga em frente. Faça-se novo, restaurado. Siga a Grande Luz: JESUS.