Pelo menos 12 pessoas, incluindo oito funcionários estrangeiros da Organização das Nações Unidas (ONU), foram mortas nesta sexta-feira, 1º, no Afeganistão durante ataque a uma instalação da instituição na cidade de Mazar-i-Sharif, informaram integrantes do governo. A violência ocorreu durante protesto por causa da queima de um exemplar do Alcorão, livro sagrado do islamismo, em uma igreja norte-americana no mês passado.
Várias pessoas protestavam pacificamente na cidade quando o evento se tornou violento. Os manifestantes gritavam “morte aos Estados Unidos, morte a Israel” após as tradicionais orações de sexta-feira e começaram a atacar a instalação da ONU.
Relatos afirmam que entre os mortos estão cinco guardas nepaleses.
Segundo o correspondente da BBC em Cabul, Paul Wood, a cidade de Mazar-i-Sharif é considerada relativamente tranquila, mas o ocorrido levantará dúvidas sobre a capacidade de as tropas afegãs assumirem o controle da segurança no país ainda neste ano, como previsto.
O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, condenou o evento “em termos duros” e disse que o trabalho da ONU no Afeganistão “é essencial para construir um país mais forte para o bem de todos os seus cidadãos”.
No dia 20 de março, o pastor Wayne Sapp queimou uma cópia do livro sagrado dos muçulmanos em uma igreja da Flórida. O evento foi assistido por Terry Jones, pastor da Flórida que, no ano passado, foi muito criticado por seus planos de queimar uma cópia do Alcorão no aniversário dos ataques de 11 de setembro de 2001.
À época, Jones desistiu da ideia, mas hoje, perguntado se se sentia responsável pelos eventos desta sexta-feira, disse que não. “Se eles não tivessem usado a queima do Alcorão, teriam encontrado outra desculpa”, afirmou Jones.
Protestos contra a queima do livro sagrado dos muçulmanos ocorreram em diversas cidades afegãs, com manifestantes chamando os eventos de “Dia de Fúria”.