A Oficina Percussão da Maré, que promove a inclusão cultural de crianças e jovens da comunidade da Maré, na zona norte do Rio, por meio da música no contraturno escolar, começará a ser ampliada para todo o país, no próximo ano, chegando também à África. A base do projeto foi um trabalho social iniciado pelo músico Abel Duerê, de Angola, com famílias de angolanos residentes na Vila do Pinheiro, naquela comunidade. Mais de 300 famílias chegaram a ser cadastradas, informou o músico.
Em 2018, Duerê pretende filmar as aulas “e pegar o Brasil todo”. Estamos muito empolgados porque a meninada tem dado um prazer muito grande de ensinar. São muito atentos, dedicados, com um talento incrível. Há muitos músicos ali em potencial”. Atualmente, o projeto tem 40 bolsistas que têm compromisso com a percussão. Para isso, têm de ir à escola, ter bom comportamento, assiduidade nas aulas de percussão. Nas últimas aulas, o oficina chegou a ter a presença de 80 a 90 crianças.
O projeto Oficina Percussão da Maré, de Duerê e dos percussionistas Laudir de Oliveira, falecido este ano, e João Ayres, começou há dez anos, com 15 crianças inscritas. Depois que um dos meninos participou da gravação de um CD de Abel Duerê chamado Meu Samba e Teu Samba, ele disse que não teve coragem de parar e decidiu dar seguimento ao projeto. O projeto atende a crianças e jovens na faixa de 12 a 20 anos. A média por aula oscila entre 60 e 80 pessoas. Nesses dez anos, o projeto beneficiou em torno de 300 crianças.
Para 2018, Abel Duerê está formando um grupo chamado Os Candengues da Maré, que em angolano significa jovens, meninos. “É um grupo profissional para acompanhar artistas que venham fazer show no Rio”.
