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Sergipe

Oficina de percussão desenvolve cidadania no 17 de Março

De longe já se podem ouvir as batidas fortes e as gargalhadas, dentro do Centro de Referência da Assistência Social (Cras) Maria Diná, no bairro 17 de Março. Ao chegar perto, a energia que emana da oficina de percussão pode ser sentida no ambiente. O projeto, iniciativa da Prefeitura de Aracaju, conta com crianças da comunidade a partir de seis anos, que são conduzidas pelo percussionista Gladston Batista, conhecido como Tom Toy, a experimentarem os ritmos brasileiros e, por meio deles, conectarem-se com a cidadania.

As aulas ocorrem todas as quintas e sextas-feiras, nos períodos matutinos e vespertinos, e contam com ampla adesão. Na medida em que aprendem a tocar baião, batucada, samba de pareia, ciranda, entre outros ritmos e expressões, desenvolvem também laços de amizade e companheirismo.

O grupo desses jovens percussionistas é chamado de “Lateiros curupiras”, por conta dos instrumentos que empunham. “O ‘lateiros’ veio do fato de utilizarmos instrumentos de reciclagem, nesse cuidado com o meio ambiente. O ‘curupira’ dialoga com isso, uma vez que no folclore brasileiro ele é uma criança e protetor da natureza”, explica Tom Toy.

O objetivo é claro: utilizar a musicalidade como motor para a transformação social, através do fortalecimento da empatia e do senso comunitário. “A música é usada no processo de educação para a cidadania. Nosso papel é fazer refletir sobre os valores humanos. Esse projeto funciona há dois anos e nele nós estamos construindo vínculos mais fortes entre as crianças e sua comunidade, conscientes das dificuldades enfrentadas nesse bairro para melhor ajudá-los”, ressalta o professor.

A diversão e o aprendizado se relacionam intimamente durante as aulas. “Eu gosto muito de vir aqui. Estou sempre me divertindo com meus colegas e aprendo bastante. É muito importante para mim”, comenta a aluna Micaeli Santos, 14 anos. Seu colega na turma Alisson Santos, 11 anos, concorda. “Tem dois anos que eu venho pra cá. Eu sempre quis aprender percussão, por isso gosto muito daqui”.