Professores e técnicos da Secretaria de Estado da Educação e do Esporte (SEE) participaram nessa quarta-feira (12), no auditório da 15ª Coordenadoria Regional de Educação (CRE), no Centro Educacional de Pesquisa Aplicada (Cepa), de uma oficina de prevenção e combate à surdez, realizada pelo Núcleo de Qualidade de Vida do Servidor (Nuqav), em parceria com a Secretaria de Estado da Saúde (Sesau). A oficina também tem o apoio do Centro de Referência Estadual em Saúde do Trabalhador (Cerest), responsável pela coordenação da política estadual de saúde do trabalhador.
A secretária de Estado Adjunta da Educação, Adriana Araújo, destacou a importância do evento, da parceria com a Sesau pelos trabalhos de prevenção à saúde para profissionais e alunos da rede, defendendo a continuidade destas ações.
“Estamos felizes em presenciar momentos como este, desenvolvidos a partir desta parceria com a Secretaria de Saúde. Precisamos multiplicar esse conhecimento para os demais colegas e alunos, para que possam também estar conscientes da importância de se manter hábitos saudáveis”, declara.
A superintendente de Vigilância em Saúde, Sandra Canuto, agradeceu a oportunidade dada pela SEE para trabalhar a transversalidade entre saúde e educação, cujo principal interesse, segundo ela, é a preservação da saúde do trabalhador.
“Tudo começa na educação e deságua na saúde. Precisamos ter um olhar diferenciado para estes profissionais e cuidar para que possam cumprir seus papeis com mais qualidade de vida”, ressaltou.
Duas oficinas foram realizadas: “Estresse e Surdez”, ministrada pelo psicólogo e técnico do Nuqav, Robson Feitosa, e “Prevenção e Combate à Surdez”, com a fonoaudióloga e especialista em audiologia clínica, Elaine Feitosa.
Orientações – De acordo com a diretora de vigilância à saúde do trabalhador, Gardênia Souza, professores são profissionais extremamente vulneráveis aos ruídos em virtude de sua exposição contínua à pressão sonora em sala de aula.
“A pressão sonora em uma sala silenciosa é de aproximadamente 50 decibéis e a média de exposição em 8 horas de trabalho por dia não pode ultrapassar os 85 dB. Imagine uma sala repleta de alunos interagindo, ventilador ou ar-condicionado ligados, além de outros ruídos. É um problema de saúde pública e precisamos alertar e auxiliar estes profissionais”, destaca.
Além das oficinas, os profissionais podem solicitar, em qualquer unidade do Cerest, na capital ou em Arapiraca e Santana do Ipanema uma inspeção no local de trabalho para avaliar os níveis decibéis.
Durante a oficina, os professores conheceram alguns dos principais fatores associados à perda auditiva: a idade, antecedentes familiares, utilização de determinados medicamentos e exposição prolongada a ruídos, sendo este último o de maior destaque aos profissionais da educação.
Na ocasião, os educadores receberam instruções sobre a prevenção do ruído na escola, sensibilização dos pais e alunos sobre os efeitos nocivos do ruído, estimulação das habilidades auditivas para a aprendizagem, detecção precoce de alterações auditivas e acompanhamento do desenvolvimento auditivo da criança.
Com doze anos de sala de aula, Ivelise Salgado, professora da Escola Maria Rosália Ambrozio, no Cepa, diz que eventos como este são fundamentais para alertar os colegas quanto aos riscos. “Muito importante para todos os professores o acesso a essas informações, pois passamos a perceber a quantidade de situações de risco a que estamos expostos. Muitos ignoram e, posteriormente, sofrem as consequências”, avalia.
O evento contou ainda com a presença da coordenadora da Comissão Intersetorial em Saúde do Trabalhador, Francine Loureiro, da enfermeira do trabalho do Cerest estadual, Graça Cajueiro, e da diretora do Centro de Atendimento à Pessoa com Surdez (CAS), Olindina Oliveira.
