A construção da Ponte Penedo/Neópolis começou a dar sinais de que finalmente será construída, terminando a espera de décadas da população local. Estes sinais positivos iniciaram-se com a divulgação do edital de construção, que é o marco inicial de qualquer obra financiada com recursos públicos, neste caso federal.
Os efeitos que ela provocará nos municípios de Penedo, Neópolis e Santa do São Francisco (prefiro Carrapicho por ser mais original e romântico) são as mudanças estruturais em segmentos significativos na geoestratégia, principalmente a de Penedo por se tratar do principal município deste triângulo microrregional. Neste espaço procuraremos tratar prioritariamente do segmento econômico, que é o primeiro a ser beneficiado com o empreendimento. Porém estes benefícios para serem bem aproveitados dependem de boas estratégias específicas, pois nada acontece por acaso.
Esta ponte deverá provocar dois efeitos, benéficos à economia local. O primeiro no período de sua construção e o segundo após ser concluída, mas o aproveitamento destes benefícios dependerá como os agentes econômicos agirão estrategicamente para otimizar seus resultados, com ações que devem ser realizadas antes dos eventos, pois em caso contrário perderão, mais uma vez, o trem da história esperado e em vias de se concretizar.
Em recente artigo publicado no correiodopovo-al.com.br,: Penedo no Retrovisor do Tempo: Construção da Ponte Penedo/Neópolis Exigirá a Mudança de Comportamento na Cidade e da População, o Prof. Raul Rodrigues, com muita propriedade, fez uma viagem á década de 70, quando ocorreu um evento similar, a construção da rodovia AL 110, que liga Penedo à rodovia BR 101. Neste artigo o autor mostra o efeito momentâneo e provisório ocorrido na economia da cidade, que infelizmente poderia ser melhor aproveitado, se os agentes econômicos da época se programasse antecipadamente prevendo e aproveitando o que aconteceu.
Os agentes econômicos local têm, naquele artigo o ponto inicial de suas estratégias para a fase da construção da ponte, enfatizo que provisória, porém com seus méritos, desde que as variáveis causadas sejam previstas e aproveitadas. A variável mais relevante é o aporte financeiro orçado para esta fase e quanto circulará no município proporcionando renda e emprego. O poder público também é um agente protagonista, pois a movimentação de mais pessoas afetará os serviços públicos principalmente saúde e segurança. Porém a experiência nos tem mostrado que este poder não costuma agir antecipadamente.
O segundo efeito será o desenvolvimento que a ponte poderá trazer para Penedo, sendo que este planejamento estratégico, de longo prazo, tem a peculiaridade de ser mais complexo do que os usuais, pois envolve os agentes econômicos privados e o poder público, sendo o poder público coordenador natural das ações, pois as infraestruturas necessárias são de sua responsabilidade e assim evitar descompasso entre elas.
Com suas responsabilidades bem definidas nos planos das ações estratégicas, poderemos repetir o sucesso desenvolvimentista que inúmeros municípios brasileiros vêm apresentando após algum acontecimento inesperado, circunstancial, necessário ou planejado importante ocorrido nos seus domínios territoriais.
Conheço pessoalmente três municípios antes e depois de eventos que modificaram exponencialmente suas economias: Gramado antes e depois do festival brasileiro de cinema, Maragogi antes e depois do Hotel Salinas e Nova Trento antes e depois da canonização de Madre Paulina. Estes municípios souberam aproveitar os eventos para criar outros, numa sucessão de novos empreendimentos privados e públicos que estão apresentando ótimos resultados, em um círculo virtuoso de empregos e renda.
Importante é a conscientização dos gestores públicos e privados locais de que este evento inédito provocará um ambiente novo, que demandará novas experiências em seus segmentos e a melhor fórmula de sucesso é conhecer o comportamento de gestores que passaram por algo semelhante e aproveitaram os seus benefícios.
Como o mundo não é movido por respostas e sim por perguntas e para não perder oportunidades, a hora de conhecer a experiência tratada no item anterior é durante a construção da ponte, viajando, dialogando e criando rede de contatos (networking), Nestas horas é que notamos a importância de associações nas discussões sobre o que estar por vir.
Agora a paternidade da ponte será requerida por muitos, mas ela poderá ser a mãe de um futuro promissor.