Tem gente que não tem estrutura psicológica para exercer um cargo. Inicia uma caminhada desastrosa: humilha os outros, torna-se arrogante, muda até o jeito de andar e confunde a própria personalidade.
Na sua mente, o cargo é sinônimo de destaque. E vai, como se estivesse numa escola de samba no ritmo de um batuque destoante, só, distante do grupo que já não o alcança, face ao seu anseio de ser o alvo das atenções, fingindo o que não é. E quanto mais testemunhas oculares, melhor!
O importante para essa gente é chamar a atenção sobre si, mostrar que pode, não perdendo oportunidade para usar o verbo mandar . Quanta ilusão…Quanta pobreza de espírito… Na caminhada de Jesus Cristo, o maior é aquele que serve, lava os pés. No Projeto de Jesus Cristo, “o exaltado será humilhado e o humilhado será exaltado!”. O pequeno, o pobre, o desprovido de honras são os que têm vez.
Infelizmente no projeto dos homens, o maior é aquele que tem mais e o menor é aquele que nada tem… Lembrei-me agora de um fato interessante: certo homem riquíssimo, mas virtuoso, resolveu testar os corações de algumas pessoas. Vestiu-se de mendigo e sem ser convidado, entrou num luxuoso salão, onde acontecia uma importante reunião para decidir o destino de um país. Lá estavam homens bem vestidos, sentados em poltronas revestidas de cristais, o piso espelhava os movimentos como se fosse uma dança clássica. O falso mendigo adentrou naquele salão e sentou-se. A reação de todos, foi terrível! Guardas foram convocados para expulsá-lo. Foi retirado daquele suntuoso lugar, arrastado. Seus pés deixavam manchas no reluzente espelho, que era imediatamente cuidado pelos solícitos serviçais.
O estranho expulso visitante retornou. E dessa vez, vestido à rigor. Suas vestes impecáveis sintonizavam com o luxo daquele salão. O virtuoso homem, sentou-se e todos os olhares se voltaram para ele! Quem era aquele nobre senhor? Foi recebido de pé e convidado a sentar-se à frente, num lugar de destaque. E ele, pleno de tristeza, usou da palavra nesses termos: vocês desprezam o ser humano e se curvam diante de uns pedaços de pano. Despiu-se, deixou as roupas sobre a cadeira, e saíu nu, zombando daqueles tolos… Se o homem não tiver maturidade, o poder o transforma e ele se perde num emaranhado de atitudes drásticas.