Jesus quando pregava, principalmente para o povo pobre e sem formação que atentamente O ouvia, tinha o cuidado de fazer-se entender de uma forma muito objetiva, falando em parábolas e se utilizando dos elementos da natureza à sua disposição, como semente, solo e plantas. Outras vezes as parábolas se tornavam incompreensíveis para aqueles que se apressavam em testar os seus conhecimentos divinos como os escribas e fariseus.
Na parábola do joio e do trigo Jesus diz que “O Reino dos Céus é semelhante a um homem que tinha semeado boa semente em seu campo. Enquanto os trabalhadores repousavam, veio o seu inimigo e semeou joio no meio do trigo. O trigo cresceu, mas junto a ele também cresceu o joio. Os trabalhadores indagaram o seu patrão: Não semeaste bom trigo, de onde vem o joio? Foi um inimigo que o plantou. Então os trabalhadores se propuseram a arrancar o joio, mas o patrão disse-lhe: Não, porque arrancando o joio arriscais a tirar também o trigo. Deixai-os crescer juntos até a colheita, pois ai, sim, arranque primeiro o joio ate-o em feixes para que seja queimado. Recolhei depois o trigo para o celeiro”.
Jesus quis mostrar que na vida, no nosso convívio com as outras pessoas, podemos enfrentar dissabores e decepções, principalmente daquelas que se encontram bem próximas a nós. De início o relacionamento é muito bom e as demonstrações de amizade e respeito se repetem a cada dia. Entretanto, nem todas as pessoas que se encontram em nosso redor alimentam no seu âmago os sentimentos de amor, de lealdade e de confiança. Algumas, apesar de estarem bem próximas e aparentarem serem amigas leais, maquinam desejando o mal e torcendo para que a infelicidade faça morada em nossos lares. Normalmente tais pessoas se aproximam com a finalidade de obter vantagens, privilégios, destaques, favores.
É muito difícil se detectar de imediato essas investidas que são devidamente planejadas, pois, aparentemente demonstram serem amigas fiéis e sempre prontas para servir.
O joio é uma planta semelhante ao trigo só que não produz trigo e essa constatação só se percebe por ocasião da colheita, onde o trigo se sobressai com seus cachos prontos para serem colhidos e o joio nada produz, apenas, durante o período do crescimento, se aproveita dos nutrientes que seriam destinados ao trigo.
O Mestre alertava para que as pessoas tivessem muito cuidado para não serem enganadas por falsas promessas e por ensinamentos duvidosos.
Nas nossas vidas a lição também pode ser muito bem aplicada. Ao detectarmos o joio não devemos deixá-lo que, soprado pelo vento, abale o trigo ao ponto de afastá-lo de seu espaço natural inibindo o seu crescimento. Ao contrário, o trigo deve fincar com firmeza suas raízes e se esforçar para crescer ao ponto de ultrapassar o joio e absorver o oxigênio puro, com a cabeça erguida e certo de que na colheita será bem mais fácil vencer a batalha.
O joio é a força do mal que para ser combatida exige muita sabedoria e persistência. Essa força não deve ser afrontada diretamente, mas sim deve ser aniquilada aos poucos, até mesmo disfarçadamente, pois o trigo é o bem, o bom fruto que deve ser preservado e, como o julgamento não nos compete e sim a Jesus, no tempo certo, deixemos que Ele mesmo, como o agricultor divino, faça a colheita e separe o joio para o fogo e o trigo para o celeiro.
Tomara que sejamos o trigo!
