Com o objetivo de mostrar a sociedade o trabalho do Núcleo Ressocializador da Capital (NRC), o secretário de Estado de Ressocialização e Inclusão Social, tenente-coronel Carlos Luna, participou de uma mesa redonda na tarde de quinta-feira (02), no auditório do Centro de Interesse Comunitário (CIC) da Universidade Federal de Alagoas (Ufal). No evento estavam presentes estudantes, reeducandos do regime semiaberto e servidores do sistema penitenciário.
A mesa redonda teve como tema “Núcleo Ressocializador da Capital: a humanização do sistema penitenciário”. Além do secretário da Seris, tenente-coronel Carlos Luna, também fizeram parte da mesa a gerente-geral da unidade, Geórgia Hilário e o gerente de segurança, Sócrates Costa. O debate foi idealizado e coordenado pela professora e doutora em Direito Elaine Pimentel, que desenvolve junto a alunos alguns projetos de extensão no sistema prisional alagoano.
O tenente-coronel Carlos Luna afirmou que a mesa é uma ótima oportunidade de mostrar o trabalho desenvolvido no sistema prisional e ressaltou a importância da participação da sociedade no processo de ressocialização dos reeducandos. “Muitas pessoas ainda têm uma visão encarceradora, acreditando que quem infringe a lei deve ser isolado do resto da sociedade. É imprescindível que o modo atual de encarceramento seja discutido com a coletividade e que haja uma visão mais humanizada sobre o assunto”, disse o secretário.
Geórgia Hilário, gerente-geral do Núcleo Ressocializador, apresentou um vídeo mostrando como era a unidade antes da reforma, a atual estrutura física, a rotina dos custodiados e também, aspectos sobre a execução do programa, denominado “Módulos de Respeito”. “Todos os custodiados que estão no Núcleo estudam e trabalham. O ambiente da unidade é fundamentado em uma relação de respeito entre servidor e reeducando. Isso contribui com o resgate da autoestima dos internos e do seu papel como cidadão”.
O gerente de segurança Sócrates Costa, complementou a apresentação pontuando aspectos como os critérios de seleção para ingressar no projeto, a vivência na unidade, dificuldades e diferenciais do programa. “Semanalmente, os reeducandos realizam uma assembleia onde podem expor suas necessidades. Dessa forma, eles se reconhecem como sujeitos de direitos. Esse tratamento humanizado já mostra resultados positivos, tanto que a taxa de reincidência na unidade não chega a 3%”, disse.
O depoimento de Cláudio Faustino, reeducando do regime semiaberto que cumpriu parte da pena no Núcleo Ressocializador, corroborou o que havia sido dito pelos gestores. “Hoje, mesmo aqui fora, continuo trabalhando e estudando e agradeço a direção da unidade por ter lutado para me oferecer meios para que eu tivesse outra vida. Peço a vocês que não tropecem, para que não sejam punidos pela justiça. Mas se isso acontecer, procurem o Núcleo”, afirmou o custodiado, arrancando risadas do público presente.
A organizadora da mesa redonda, professora doutora Elaine Pimentel, encerrou o debate destacando que o Núcleo representa um modelo de custódia diferente, inovador e humanizador, por isso é tão importante ouvir aqueles que fazem parte diretamente do projeto. “Conversando com um custodiado, perguntei o que a sigla NRC representava para ele. Fiquei surpresa ao ouvir a definição de Nunca Retornarei ao Cárcere. Espero que esse trabalho tenha continuidade e que mais custodiados desenvolvam essa consciência”, afirmou.
A professora também realizou a entrega de um certificado de reconhecimento pelo apoio às atividades de pesquisa e extensão no Núcleo Ressocializador da Capital (NRC) ao secretário da Seris, tenente-coronel Carlos Luna, a gerente-geral da unidade, Geórgia Hilário, o gerente de segurança, Sócrates Costa, o gerente do núcleo administrativo, Neusvaldo Targino e o gerente do núcleo de serviços penais, Ademir Santos.
