Scumacher já campeão e Vettel ainda garoto
A relação entre Sebastian Vettel e Michael Schumacher é algo sem parâmetros na Fórmula 1 atual. Os dois alemães se conhecem há quase duas décadas, desde que o heptacampeão brigava para se afirmar no Mundial e o novo dono do título dava os primeiros passos no kart.
Por isso, o abraço afetuoso de Schumacher e Vettel, no fim do GP de Abu Dhabi, neste domingo, foi mais do que um cumprimento entre dois compatriotas que dividem a mesma paixão pela velocidade. Foi o encontro entre pupilo e mentor. Entre mestre e discípulo.
Os dois foram unidos pelas mãos de Gerhard Noack, um caça-talentos que trabalha até hoje no interior da Alemanha à busca de pilotos de futuro. Foi ele quem descobriu Michael Schumacher e Sebastian Vettel. E, quando Schumacher já estava na Fórmula 1 e ia visitar o velho amigo, aproveitava para assistir as provas de Vettel. Aconselhava, dava dicas ao jovem talento.
Não é possível medir, em termos objetivos, qual foi a ajuda de Schumacher na carreira de Vettel. De fato, nem é possível afirmar que o heptacampeão teve papel fundamental – Vettel foi, desde a adolescência, adotado pela Red Bull, o que explica a preferência da equipe por ele durante a temporada deste ano.
O que se pode dizer, com base nos números, é que o novo campeão chega ao título com estatísticas melhores do que as de seu maior ídolo. O Vettel que conquistou a Fórmula 1 neste domingo é maior, pelo menos nas listas de recordes, do que o Schumacher que consagrou-se na Austrália, em 1994.
Vettel foi campeão em seu 51º GP disputado na Fórmula 1; até o primeiro título, Schumacher disputou 52 provas – que poderiam ser 54, não fosse uma suspensão por duas provas, em 1994, ano do primeiro título.
No número de vitórias até a primeira conquista, os dois empatam, com dez para cada um. Nas poles, contudo, Vettel deixa seu ídolo muito para trás: 15 a seis. O número baixo de Schumacher se justifica – ele enfrentou Ayrton Senna, o melhor piloto que a Fórmula 1 já viu em treinos classificatórios. Curiosamente, o alemão só conseguiu largar em primeiro depois da morte do tricampeão.
