Djokovic passou por Federer e quer o título em Nova Iorque
O sérvio Novak Djokovic esteve duas vezes atrás do placar e ainda precisou salvar dois match-points no quinto set, mas lutou como nunca e, numa partida espetacular, derrotou o suíço Roger Federer, por 5/7, 6/1, 5/7, 6/2 e 7/5, garantindo seu lugar na decisão do US Open. Às 17h30 deste domingo, ele enfrentará o espanhol Rafael Nadal, para quem perdeu 14 dos 21 duelos, em busca do segundo título de Grand Slam e o primeiro em Nova York.
A quebra do tabu particular contra Federer, para quem havia perdido três vezes seguidas na mesma quadra central, também já valeu para Djokovic a volta ao segundo lugar do ranking, posição que havia perdido há quatro semanas quando foi batido pelo suíço na semifinal de Toronto. Agora com seis vitórias em 16 confrontos diante de Federer, ele se vinga das quedas sofridas na decisão de 2007 e nas duas semis seguintes diante do pentacampeão.
A vitória no quinto set também foi especial, já que o sérvio havia perdido tanto na Austrália como em Roland Garros no set decisivo. No geral, ele tem agora 12 sucessos em 18 jogos decididos na quinta série, incluindo-se aí duelos da Copa Davis.
A semifinal deste sábado teve ótimo nível técnico na maior parte do tempo, porém alguns altos e baixos, principalmente por parte de Federer. O suíço precisou salvar dois break-points logo na abertura da partida e viu Djokovic, agressivo, chegar à quebra no quinto game. Federer reagiu imediatamente e o set pegou fogo, até que nova quebra no 12º game definiu o placar. O cabeça 2 sofreu então o primeiro ‘apagão’. Com aproveitamento de apenas 40% do primeiro saque, foi presa fácil para o firme jogo de fundo do sérvio, que aplicou 6/1 de forma fulminante.
O terceiro set voltou a ser muito duro, recheado de ótimos lances dos dois lados. Nenhum dos tenistas conseguiu sequer uma chance para quebra até que Federer foi incrivelmente decidido no 12º game e vibrou muito. O sérvio não se abalou. Continuou com golpes firmes e um serviço eficiente para conseguir novamente deslanchar sem grande reação do adversário.
Os dois chegaram então ao quinto set, após 2h30 de batalha, e o jogo seguiu a tônica: Federer com baixo aproveitamento do primeiro saque (na casa dos 50%) mas indo firme para as linhas, Djokovic com grande trabalho a partir do saque e do contraataque. Apesar dos games duros, que levaram a torcida ao delírio, tudo permaneceu igual até o 10º game.
A partir do 5/4 para Federer, a emoção foi enorme. O sérvio sentiu a pressão e cometeu erros bobos, mas buscou dois match-points com incrível coragem, enquanto Federer atacava de todas as maneiras. No game seguinte, foi Federer quem falhou e permitiu a quebra. O game final foi tenso e Djokovic ainda salvou uma chance de quebra antes de concluir o histórico duelo em 3h44.
Em sua nona semifinal de Slam, Djokovic acaba com a série negativa de quatro derrotas seguidas na penúltima rodada. Curiosamente, seu único título até hoje, na Austrália de 2008, veio depois de superar Federer na semi. Com 17 títulos na carreira, o sérvio não levanta troféus desde Dubai, em fevereiro.
No confronto direto com o espanhol, Djokovic leva desvantagem no placar geral (14-7), mas pode se conformar com os números favoráveis sobre piso sintético, em que venceu sete de 10, incluindo as três mais recentes, todas no ano passado.