A taxa de desemprego apurada pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) em sete regiões metropolitanas voltou a cair durante o mês de agosto. Este é o quinto recuo consecutivo registrado pela Pesquisa Emprego e Desemprego (PED) nas regiões metropolitanas de Belo Horizonte (MG), Fortaleza (CE), Porto Alegre (RS), Recife (PE), Salvador (BA), São Paulo (SP) e do Distrito Federal (DF).
Segundo o levantamento, enquanto em julho deste ano havia 2,7 milhões de pessoas desempregadas nas sete regiões acompanhadas pelo Dieese, em agosto este número baixou para 2,6 milhões, uma redução mensal de 3,8%. A estimativa do departamento é de que, em agosto de 2009, o número de trabalhadores desocupados chegava a 3,1 milhões de pessoas, número 16,2% superior ao último apurado.
Segundo o economista do Dieese Sérgio Mendonça, a taxa de desemprego foi comparativamente menor em todas as regiões metropolitanas, sobretudo nas de Fortaleza (-9,8%), Belo Horizonte (-9,6) e Recife (-7,6). Distrito Federal e Porto Alegre foram as que obtiveram os menores percentuais (-2,2%) de queda do desemprego.
Já o nível de ocupação cresceu 0,8% entre julho e agosto deste ano. No período foram criadas 161 mil vagas de trabalho – número, de acordo com o Dieese, mais que suficiente para absorver as 57 mil pessoas que ingressaram no mercado de trabalho no último mês, o que representou um aumento de 0,3% da população economicamente ativa das sete regiões. Ao longo de doze meses, o número de trabalhadores ocupados aumentou 4,1%, passando de 18,6 milhões para 19,4 milhões – de um total de 22 milhões de pessoas entre 10 e 64 anos em condições de trabalhar e que estejam procurando emprego.
Os melhores resultados quanto ao nível de ocupação se deram em Salvador, onde o indicador subiu 2,6%, e em Recife (2,3%). Logo depois vieram Fortaleza (1,7%), Porto Alegre (0,9%), São Paulo (0,4%). No Distrito Federal e em Porto Alegre, onde a redução do desemprego permaneceu estável entre julho e agosto, o nível de ocupação se manteve estável.
Entre julho e agosto, os rendimentos dos trabalhadores ocupados cresceram, em média, 1,8%, atingindo R$ 1.289. Já os rendimentos médios dos assalariados aumentaram 1,5%, chegando à faixa dos R$ 1.340. Com a redução do nível de desemprego, o mercado interno aquecido e a elevação dos salários médios dos assalariados, também a massa de rendimentos cresceu.
De acordo com Mendonça, os bons resultados de agosto confirmam a tendência de um aquecimento do mercado de trabalho ao longo do segundo semestre de cada ano, o que, em 2010, tem sido favorecido pela forte atividade econômica.
“Estes dados já eram esperados para esta época do ano e confirmam a tendência de melhoras no mercado de trabalho. Se não houver nenhuma trombada econômica, o que esperamos para os próximos meses, com o aquecimento natural das vendas de final de ano, é a queda do desemprego, com os vários setores contratando mais”, disse Mendonça à Agência Brasil.