
Neymar segue sua rotina de desequilibrar e marcar
Mostrando mais uma vez que é o time sensação do futebol brasileiro nesse ano de 2010, o Santos nem precisava, mas venceu merecidamente o São Paulo por 3 a 0 neste domingo, 18, e está na final do Campeonato Paulista. Com dois gols, Neymar comandou a vantagem da sua equipe, que podia perder por até dois gols de diferença na Vila Belmiro para liquidar de vez o adversário. Paulo Henrique Ganso ainda fechou a conta.
Atual vice-campeão do estadual, o Santos espera agora o vencedor de Santo André e Grêmio Prudente. O São Paulo se despede da competição com derrota em todos os clássicos.
PRA CIMA
Em busca de um resultado favorável, Ricardo Gomes mexeu na sua equipe. O técnico tirou os laterais Jean e Júnior César para promover as entradas de Cicinho e Richarlyson, que voltou depois de sete partidas. No ataque, a grande surpresa: o artilheiro Washington deu lugar ao veloz Fernandinho. Dono da vantagem, o técnico Dorival Júnior decidiu reforçar o seu meio-campo com Wesley saindo da lateral e vindo ajudar Arouca na marcação. Pará entrou no time santista em lugar do artilheiro André, que ficou no banco de reservas.
“Hoje temos um time mais veloz. As duas equipes estão acostumadas a impor o ritmo sobre os adversário. Pode ser uma partida de muitos gols”, disse Ricardo. Do outro lado, Júnior até compartilhava a opinião. “Não dá para pensar na vantagem. Ela só vale no último minuto. Podemos ter tantos gols quanto no Morumbi (3 a 2 para o Santos).
Mas a formação tática das equipes não refletia o jogo apresentado. Em tese mais ofensivo, o São Paulo via o time da casa tomar as iniciativas. Por duas vezes, Robinho esteve frente a frente com Rogério Ceni e chegou até a reclamar de um pênalti não marcado. Na primeira delas, ele recebeu um lindo passe de trivela do garoto Neymar, mas desperdiçou.
O time tricolor só começou a levar perigo mesmo quando a grande substituição da tarde decidiu jogar. Fernandinho caiu pela ponta-esquerda e por lá esboçou algumas jogadas de efeito. Faltava a melhor conclusão em gol.
“A gente tem que ter mais tranquilidade. Estamos afobado para tocar a bola. Falta só fazer o primeiro gol”, disse Hernanes, na saída para o intervalo. Do outro lado, Robinho pedia o mesmo. “O time está bem, a marcação está muito boa, mas falta caprichar na finalização.”
EFEITO CONTRÁRIO
O esquema de Ricardo Gomes não funcionou. Sem um centroavante, Dagoberto e Fernandinho ficaram distantes um do outro e foram presas fáceis para os zagueiros santistas. Era a vez então de Washington.
O artilheiro do São Paulo entrou em campo, mas quem decidiu mesmo foi o atacante do Santos aos 14 minutos do segundo tempo. Marquinhos cruzou para área, Neymar tropeçou em Alex Silva e, mesmo caído, com o braço, marcou para o Santos.
Se a situação para o time do Morumbi já estava ruim, com esse gol sofrido ficou ainda pior. O Santos, que já estava tranquilo, ainda teve um pênalti polêmico a seu favor no momento em que começava a poupar seus principais jogadores aos 38 minutos. Como na primeira fase, Neymar deu nova paradinha e, de novo, venceu Rogério Ceni. Foi o 12.º gol dele pelo Paulista, 21.º na temporada.
Para fechar a conta, aos 41, Madson avançou pela ponta-esquerda e cruzou para área. Paulo Henrique Ganso antecipou à zaga e só empurrou para o fundo do gol, de perna direita. Festa na Vila. Delírio da torcida santista, sem nem esperar o rigoroso protocolo de esperar o jogo acabar. Alguns, mais eufóricos, já começaram a soltar o grito de “É campeão”.