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Cultura

Na Flip, presidente do Iphan destaca relação entre patrimônio e turismo

A presidente do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), Kátia Bogéa, abriu a participação da instituição na Festa Literária Internacional de Paraty (Flip), defendendo a criação de um modelo sustentável de gestão do patrimônio nacional. Este ano o Iphan completa 80 anos e promoverá uma série de eventos para debater sua atuação.

Kátia discutiu a questão da sustentabilidade do patrimônio com a população da cidade, gestores e representantes do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Ela chamou atenção para o fato de que atualmente, com a crise econômica que o país atravessa, é necessária a elaboração de um novo modelo financeiro de gestão.

“Nós temos que ter um modelo diferenciado, porque o dinheiro não está tão fácil. A restauração do patrimônio, principalmente o edificado, consome uma soma muito vultosa de recursos. Então, não adianta a gente ficar gastando dinheiro para recuperar aquele patrimônio, se não existe um estudo de viabilidade econômica para que aquele monumento, aquela cidade histórica possam atrair investimentos, possam mostrar um modelo de governança”, disse Kátia à Agência Brasil.

Kátia citou o caso do centro histórico de Paraty, cuja renda vem basicamente da indústria do turismo. Para ela isso é positivo, uma vez que o turismo cultural é o segmento que está mais em alta no mundo. Ela comparou por exemplo o caso da cidade de Cracóvia, na Polônia, onde esteve recentemente para reunião do Comitê do Patrimônio Mundial, que atrai cerca de 11 milhões de turistas por ano, enquanto o Brasil inteiro recebe apenas 6 milhões de visitantes estrangeiros/ano.