
Robert comemora um dos gols com seus companheiros
Duas equipes antes em momentos tão distintos fizeram um clássico quente na tarde deste domingo, no Palestra Itália. Mas quem levou a melhor mesmo foi o Palmeiras, que venceu o São Paulo por 2 a 0, pelo Campeonato Paulista e já dá sinais de que pode sair da crise com o Antônio Carlos. Com dois gols de cabeça, o atacante Robert foi o herói da partida que marcou a estreia do novo técnico.
Com a vitória, o Palmeiras soma 16 pontos e começa a se aproximar dos quatro melhores da competição, que se classificam às semifinais. Já o São Paulo, estaciona nos 17 e concentra esforços na Copa Libertadores.
O banco de reservas também chamava atenção no clássico. Nem tanto pelos suplentes, mas pela hisória dos dois técnicos, que inclusive estiveram juntos na seleção brasileira, no início da década de 1990. Como havia prometido logo no seu primeiro dia de trabalho, o recém-chegado Antônio Carlos armou o time com apenas dois volantes e com Diego Souza como meia-atacante. Do outro lado, Ricardo Gomes continuou com o São Paulo ao melhor estilo europeu: com os zagueiros fazendo as vezes de laterais quando tinham a posse de bola.
Nos arredores do estádio, clima tranquilo na chegada das duas torcidas. Porém, pouco público. Apenas 13.590 pessoas acompanharam o duelo. Enquanto a agradável tarde de domingo seguia bem também dentro de campo, integrantes da maior organizada do Palmeiras chegaram a tentar destoar dos demais, continuando o protesto contra o presidente Luiz Gonzaga Belluzzo e o técnico.
“Não tem como generalizar. Não tem explicação a minha alegria de estar aqui”, disse Antônio Carlos. “Conheço o clube e estou pronto para começar a minha história como técnico”, continuou o ex-jogador.
O JOGO
Com liberdade para flutuar por todo o meio-campo, Cicinho foi o responsável pelas principais jogadas ofensivas do São Paulo. Os atacantes Marcelinho Paraíba e Washington bem que tentaram, mas não conseguiram as chances de gol, diante de uma bem montada defesa.
Pelo lado do Palmeiras, o time seguiu dependente da inspiração de Diego Souza e Cleiton Xavier, quando não insistia no velho hábito de cruzar para área em busca de melhor sorte. E o primeiro tempo terminou sem alterar o placar.
Na saída para o intervalo a cobrança era a mesma por parte dos dois times. Os atacantes queriam mais finalização, e os defensores falavam mesmo em mais aplicação tática. “A equipe está bem postada em campo. Não podemos dar mais espaço”, disse o volante Pierre. “Fico muito isolado no ataque. Alguém tem que chegar”, reclamou Washington.
EM VANTAGEM
Logo no começo da etapa complementar, o lateral-esquerdo Eduardo, em uma das suas raras e boas subidas ao ataque, arrancou e só foi parado quando Xandão puxou sua camisa. Foi o segundo cartão amarelo do zagueiro, que acabou expulso pelo árbitro Rodrigo Martins Cintra.
No lance seguinte, aos 9 minutos, o primeiro gol. Cleiton Xavier cruzou na medida e Robert, entre Renato Silva e Miranda, onde estaria Xandão, que tocou de cabeça para abrir o placar. Mas o por vezes contestado Robert ainda guardava mais.
Em lance muito parecido com o primeiro gol, de novo o camisa 20 estava lá para concluir. Dessa vez em cobrança de escanteio, o atacante se antecipou aos zagueiros são-paulinos para ampliar. Foi o quinto gol dele neste Paulistão.
A partir daí, contra um São Paulo já sem forças e desguarnecido defensivamente, foi só esperar o tempo passar e se render aos gritos de olé da torcida. Da sempre crítica torcida “turma do amendoin”, ainda sobrou os incentivos ao técnico Antônio Carlos
Pelo Paulistão, o próximo compromisso do Palmeiras é contra o Rio Claro, fora de casa, no domingo. Antes disso, o time recebe o Flamengo-PI, pela Copa do Brasil. Já o São Paulo encara a longa viagem até a Colômbia para enfrentar o Once Caldas, pela Libertadores, e três dias depois, já está em campo de novo para enfrentar o Monte Azul, em Barueri.