
Na atualidade é quase impossível encontrar no mercado uma empresa de sucesso com a estrutura organizacional que era utilizada na metade do século passado. Naquela época predominava uma estrutura “pesada” com vários níveis hierárquicos que “fatiava” o poder de decisão de qualquer processo em várias etapas, retardando assim o desembaraço de quaisquer problemas que surgissem, pois cada nível de autoridade tinha sua capacidade decisória restrita e para entender bem a complexidade destas estruturas só visualizando-as graficamente os níveis e as linhas de autoridade que copiavam, quase literalmente, a estrutura de comando militar.
Quando uma empresa, independentemente de sua classificação, vem apresentando performa de sucesso é porque possui uma estrutura organizacional adequada aos seus negócios, com os níveis hierárquicos com suas responsabilidades bem definidas, permitindo decisões adequadas e tempestivas, agregando valores para a empresa.
Esta é a regra, exceções existem e bastante no meio empresarial privado, principalmente nas empresas de portes menores onde encontramos dirigentes que não desenvolveram novas capacidades de gestão, criando um hiato que provoca, em via de regra, a perda sistemática de mercado e a aplicação da lei de Darwin ajustada aos negócios: “Os organismos mais bem adaptados ao meio têm maiores chances de sobrevivência do que os menos adaptados”.
Mostrando-nos assim que a estrutura organizacional das empresas é altamente dinâmica que deve ser ajustada assim que o mercado exigir. Mas quando tomamos conhecimento, através dos diversos órgãos de imprensa, que nos órgãos públicos essa “lei” é diferente, ficamos decepcionados e preocupados do que poderá acontecer com a qualidade, exigida pelos eleitores, dos serviços públicos, que são obrigação do Estado. Enquanto aqueles procuram fazer mais com menos, estes promovem ajustamentos que provavelmente fará menos com mais.
Não precisa ser especialista em estrutura organizacional para ver que alguma coisa não está certa quando se observa o desenho gráfico da estrutura de secretarias e órgãos públicos, com diversos níveis hierárquico entre o principal gestor e os executores de serviços. Para que tantos gestores intermediários se a capacidade de direção não está exaurida?
Uma hipótese a ser observada é que o problema pode não ser a estrutura e sim as funções mal definidas dos cargos, que sempre é causa determinante de redução da produtividade, sendo outras variáveis a incapacidade técnica-administrativa dos ocupantes dos cargos e a inaptidão de quem executa os serviços.
Como no nosso país capacidade administrativa na política não é a boa prestação dos serviços à população e sim acomodação do que se prometeu, aí a regra é bem diferente da praticada pela iniciativa privada, é vida que segue.