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Alagoas

Sem apoio do Estado, moradores do povoado Flexeiras abrem crateras na AL-101 Sul

José Carlos Faustino se juntou com a comunidade e abriu buracos na rodovia para servirem como redutores de velocidade

Após três mortes e vários atropelamentos, os moradores do povoado Flexeiras, zona rural de Feliz Deserto, Litoral Sul de Alagoas, resolveram cumprir o papel do Estado. A ausência dos órgãos competentes, diante do problema que teve início em 1994, quando o primeiro morador morreu vítima de atropelamento, os moradores resolveram abrir buracos para fazer com que os motoristas que trafegam na AL-101 Sul, reduzam a velocidade.

A reta que corta o povoado, com cerca de 1 km, segundo os moradores, é um trecho propício a altas velocidades. E desde então, eles lutam para que o Departamento de Estradas de Rodagem (DER) viabilize a colocação de redutores de velocidades. Porém, até o momento, o pleito da comunidade não foi atendido. E para falar do assunto, o morador do povoado Flexeiras, José Carlos Faustino Santos, concedeu entrevista nesta sexta-feira (10), ao Programa Lance Livre da Rádio Penedo FM (97,3 Mhz e www.penedofm.com.br), para explicar o posicionamento da comunidade em abrir buracos na rodovia.

“Já fizemos várias reinvindicações ao Ministério Público do Estado (MPE/AL) e ao próprio órgão competente. Duas comissões de vereadores da cidade de Feliz Deserto já levaram nosso pleito ao DER, nos anos de 2010 e 2012 e, até o momento, ninguém tomou uma atitude para diminuir os acidentes no trecho com cerca de 1 Km que corta a nossa comunidade. Diante da negativa, resolvemos por conta própria cortar o asfalto em dois locais. Essa foi a única maneira de fazer com que os motoristas reduzam a velocidade”, explicou Faustino, que também já foi vítima. Seu filho foi atropelado na localidade por um veículo em alta velocidade.

Três mortes por atropelamento e uma vítima que sofreu fraturas e escoriações. O jovem Widson Carlos dos Santos foi o último a ser atropelado no local. “Meu filho foi atropelado no local. Essa foi à última pessoa a sofrer. Meu garoto foi arremessado por vários metros ao ser atropelada. Eles não atenderam, nem muito menos acenaram a possibilidade de colocar lombadas. Então, pegamos a picareta de madrugada e cavamos dois buracos para que sirvam de redutores de velocidades. Se o Departamento de Estradas e Rodagem (DER) fechar os buracos e não colocar lombadas, no outo dia abrimos novamente. Se as autoridades não cumprem o seu papel, procuramos por conta própria defender a nossa comunidade”, desabafou José Carlos Faustino Santos, morador do povoado Flexeiras, zona rural de Feliz Deserto.