Cantor Wado vai receber homenagem do Governo
Num cenário em que as grandes gravadoras e a mídia nacional investem pesado em fórmulas de sucesso imediato, a música de Wado surge como um alento. No ano passado, o artista, catarinense de nascimento e alagoano de coração, trouxe para Alagoas o prêmio Vídeo Music Brasil (VMB), oferecido pela rede MTV.
Wado começou o ano com apresentações na Alemanha, na cidade de Nuremberg, e em Buenos Aires, na Argentina. “Havia brasileiros presentes e muitas outras pessoas interessadas em saber o que está acontecendo no Brasil. Nosso país está em evidência, e a gente acaba aproveitando essa circunstância”, conta o músico.
Neste momento, Wado se prepara para gravar o sétimo disco da carreira, fruto de uma premiação conquistada no Festival Música Pra Todos, do projeto Oi Novo Som, que ainda traz no pacote a produção de um clipe e um show no Circo Voador, no Rio de Janeiro.
Outro projeto em andamento é a criação de uma trilha sonora para o seriado Dias de Rock, que será exibido numa rede de TV por assinatura, com produção musical de Alexandre Kassin – que trabalha com estrelas nacionais do porte de Seu Jorge e Vanessa da Mata.
Uma agenda cheia, mas nem tanto assim para um artista que há doze anos trabalha muito, produzindo música de excelente qualidade, segundo a crítica especializada, mas que só agora começa a viver dela. “Nas cidades de Belém, São Paulo e Brasília, onde faço shows com alguma frequência, já tenho um bom público. Também já consigo algum dinheiro de direitos autorais pela exibição de minhas músicas no rádio e na televisão”, explica Wado.
O primeiro disco, Manifesto da Arte Periférica, veio em 2001. Em 2002, Wado lança Cinema Auditivo. Dois anos depois, em 2004, os fãs são brindados com o disco a A Farsa do Samba Nublado; em 2008, foi a vez de Terceiro Mundo Festivo; em 2009, o disco Atlântico Negro e o último, desta safra, Samba 808, em 2011.
Diante desta produção, em 2007, Wado recebeu o prêmio de revelação concedido pela Associação Paulista dos Críticos de Arte (APCA). Suas músicas já foram gravadas por nomes consagrados da MPB, como Zeca Baleiro, Chico César, Maria Alcina, Marcelo Camelo e Marcos Vale, entre outros.
Florianópolis/Maceió
Oswaldo Schlikmann Filho, o Wado, nasceu em Florianópolis. Aos 8 anos, veio com a mãe para Maceió e não saiu mais de Alagoas. Logo cedo, passou a se interessar pela música brasileira. Aprendeu a tocar violão com os colegas e de brincadeira, criou uma banda de rock.
Wado se formou em jornalismo pela Universidade Federal de Alagoas (Ufal), chegou a trabalhar como repórter e diagramador na Gazeta de Alagoas, mas os compromissos como cantor não deixaram a carreira na imprensa ir adiante. “Gosto da profissão, mas é difícil conciliar o trabalho com a agenda de shows. Quem sabe consigo escrever, no futuro, para uma revista semanal”.
Sobre seu processo criativo, Wado fala que a inspiração se sobressai à disciplina. “É uma faceta de minha personalidade. Pego o violão, às vezes vem a inspiração. A música e a letra vão surgindo devagar e pronto. É assim”, conta o cantor, que, nesta quinta (21), às 20h, recebe do Governo de Alagoas o prêmio Expressão Alagoana.