O Museu Théo Brandão promove vários eventos em seu pátio, junto com os movimentos sociais. A Feira da Reforma Agrária aconteceu em novembro, em parceria com o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST),contando com vasta programação.
Além dos alimentos de alta qualidade comercializados no pátio do Museu, o evento também teve atendimentos integrativos em saúde, rodas de conversa e apresentações de artistas locais. Os produtos agrícolas vieram de Atalaia, Joaquim Gomes, Maragogi e Murici.
Segundo os organizadores, os produtos da agricultura familiar representam a maior parte dos alimentos consumidos pelas famílias alagoanas. “Trazer nossa feira a um espaço tão importante quanto o Museu Théo Brandão reforça nosso compromisso com a alimentação de qualidade, mas também nos coloca como parte da cultura de Alagoas”, destaca o técnico em agropecuária Edilson Mendes, um dos organizadores da Feira.
A Sala de Cuidados Dr. Antonio Piranema, projeto integrado ao Núcleo de Saúde Pública (Nusp) da Universidade Federal de Alagoas (Ufal), ofereceu atendimentos integrativos em saúde, como reiki, massoterapia e auriculoterapia aos feirantes, aos servidores do Museu Théo Brandão e ao público em geral. “As práticas integrativas trazem uma visão holística da saúde, tratando o ser humano como parte do universo, parte da natureza. Por conta disso, pensamos em saúde para além do biológico, entrando também no campo emocional e espiritual”, esclareceu Suely Nascimento, assistente social.
Na programação da Feira, o professor Rodrigo Reis, da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade (Feac/Ufal), realizou uma roda de conversa sobre empreendedorismo. Ele apresentou estratégias para incentivar as vendas dos feirantes, abordando temáticas como inovação e a importância de uma boa comunicação. “Dialogamos bastante sobre como esses feirantes, que são os protagonistas deste evento, podem trazer inovações em seus produtos, mas dentro de suas próprias realidades”, disse Rodrigo.
Relação com os movimentos sociais
O evento contou também com apresentação do cantor Gustavo Gomes. A servidora do Museu, Fabiana Rechembach, disse que a intenção é promover uma maior ligação do Museu com os movimentos populares. “Nos pareceu muito simbólico que o MST estivesse na Praça Sinimbu e aqui no Museu. Sabemos que quem coloca comida na mesa dos brasileiros e brasileiras é a agricultura familiar”, destacou.
Representando o MST, Lucas Nunes lembrou que a parceria com a Ufal é antiga. “Essa conexão com a Universidade não é de agora, mas reforça o ato de esperança. Que aconteçam mais momentos. O sem terra produz alimentos, ocupa e resiste no dia a dia. Essas conexões são muito necessárias para nós”, frisou.
O reitor da Ufal Josealdo Tonholo apontou a importância dessa conexão. “É uma satisfação recebê-los. A Universidade está aberta para vocês. Precisamos ocupar os espaços. Essa feira tem um simbolismo muito forte desse momento de esperança que a gente vive. É um simbolismo tê-los na casa da gente alagoana e na universidade da gente alagoana. Temos o mesmo objetivo de garantir os preceitos de cidadania, além de comida sem veneno na mesa”, disse o reitor.
A Feira da Reforma Agrária no Museu é uma das ações de extensão universitária. “A Universidade já faz a aproximação com as feiras, com as lutas. Esse momento é muito simbólico e significativo. Estamos na casa da gente alagoana com a população alagoana”, reforçou o pró-reitor Cézar Nonato, da Pró-reitoria de Extensão (Proex).