A exposição estará aberta ao público de 18 de maio a 26 de junho
O Museu Casa do Pontal, do Rio de Janeiro, e o Museu Nacional de Brasília inauguram hoje (17 de maio) a exposição O Brasil na Arte Popular – Acervo Museu Casa do Pontal, com 1.500 obras de 70 artistas populares, a maior do gênero já realizada no país. A mostra, que contará com a participação da ministra da Cultura, Ana de Hollanda na cerimônia de abertura, às 19h, é patrocinada pelo BNDES e o Museu Casa do Pontal, do Rio de Janeiro, e conta com apoio do Ministério da Cultura, da Vale e da Petrobras.
Com curadoria de Ângela Mascelani, diretora do Museu Casa do Pontal, a exposição reúne obras da coleção do designer francês, Jaques Van de Beuque, iniciada há mais de 50 anos. A mostra faz ainda uma homenagem ao Mestre Vitalino, (1909-1963), um ícone da arte popular brasileira que faria 102 anos no mês de julho.
A exposição ocupará todo o museu, na Esplanada dos Ministérios, em Brasília, e conta com a montagem elaborada por Evelyn Grumach com o objetivo de propiciar ao público uma visão perfeita da arte popular brasileira. Na entrada, um painel azul, com 20 metros de extensão, terá barcos suspensos, uma referência ao Rio São Francisco, importante eixo na produção da arte popular que atravessa os estados de Minas Gerais, Bahia, Pernambuco, Sergipe e Alagoas. A partir daí o visitante irá percorrer a mostra em um roteiro que remete às viagens de Van Beuque em busca das obras da sua coleção.
Também estarão representados na exposição os subúrbios cariocas, os jogos de adultos praticados nas ruas e a excelência do famoso carnaval carioca, com um sambódromo que traz em seus camarotes pessoas da elite, turistas e da classe popular de maneira igualitária.
Dentre a riquíssima variedade que acompanha a mostra, o visitante poderá ver “Um sinaleiro de vento”, feito por Laurentino, do Paraná. A riquíssima produção da nossa arte popular está organizada na exposição a partir de ilhas temáticas. “Vitrine da Terra” indica a entrada pelos caminhos da cerâmica e da arte do Vale Jequitinhonha. “Arte incomum e visionaria” com bichos que tomam emprestadas feições humanas. Mais adiante, seguindo o grande painel fotográfico de Mestre Vitalino, o visitante será conduzido à “História da arte popular”. A partir daí a mostra terá um caminho de surpresas a percorrer dentro das mais variadas formas de arte popular, como a história do “Cangaço”, representada pela obra “Lampião sereia”, do artista Manuel Galdino.
Estarão em exibição obras de artistas de núcleos cerâmicos conhecidos e de outros, isolados. Destacam-se a presença de Mestre Vitalino e as primeiras obras feitas por ele, ainda na década de 1940. Seu cunhado Zé Caboclo, cuja obra inspirou o escritor e prêmio Nobel de Literatura José Saramago a escrever o livro “A Caverna”, também estará presente junto com o artista Manoel Eudócio. Do Vale do Jequitinhonha destacam-se Dona Isabel Mendes da Cunha e Noemisa Batista.
Do sul de Minas Gerais, estarão presentes GTO (Geraldo Telles de Oliveira) e Antônio de Oliveira, que criou seu “mundo encantado”, composto por mais de três mil esculturas. Da região do Cariri, no Ceará, a exposição seleciona Nino e suas toras entalhadas de maneira vigorosa e sintética. De Santa Catarina, um presépio de Zequinha, de São José, mostra a importância do Sul. O Brasil na Arte Popular mostra também a arte visionária de Manuel Galdino, Nhô Caboclo, Ulisses e Dadinho, além das diversas manifestações festivas e religiosas como Carnaval, Bumba-meu-boi, Boi de mamão, Cavalo Marinho, Maracatu, Cavalhada, Folia de Reis, Calango, Pau-de-fitas etc.
A exposição estará aberta ao público de 18 de maio a 26 de junho, de terça-feira a domingo, das 09h às 18h30, com entrada franca.
Museu Casa do Pontal
O Museu Casa do Pontal, fundado há 35 anos, reúne em suas galerias no Rio de Janeiro a maior e mais emblemática coleção de arte popular do Brasil, com um acervo de mais de oito mil esculturas e modelagens feitas por cerca de 200 artistas populares de todas as regiões brasileiras. A coleção recobre a produção feita em toda segunda metade do século XX. Tombado em 1989 pelo Conselho de Defesa do Patrimônio Artístico e Cultural do Rio de Janeiro, o museu recebeu, em 1996, o Prêmio Rodrigo Mello Franco de Andrade.
