Ele abriga um acervo único de peças da arte sacra alagoana. São esculturas, pinturas, objetos litúrgicos e obras que preservam os testemunhos materiais e de fé, que construíram a história de Alagoas por meio da religião. Esse é o Museu Arquidiocesano de Arte Sacra Dom Ranulpho, localizado em Marechal Deodoro. O local abriu as portas ao público após passar 15 dias fechado para balanço de atividades, ajustes e reparos necessários para seu pleno funcionamento.
O Museu Arquidiocesano foi inaugurado em 1984. Ele fica no Complexo Conventual Santa Maria Madalena. O objetivo é o de preservar e conservar o acervo sacro de Marechal Deodoro, cidade histórica da Região Metropolitana de Maceió, mas também das igrejas de outros municípios alagoanos.
Ele leva o nome do arcebispo Dom Ranulpho Farias da Silva, que ficou à frente da Arquidiocese de Maceió, entre 1939 e 1963. Foi Dom Ranulpho quem começou a criação de um acervo, inserido, posteriormente, ao museu da Arte Sacra do Estado de Alagoas, como o local foi denominado quando foi inaugurado.
Para o padre Luciano Duarte, que é reitor do Complexo Conventual Santa Maria Madalena, o museu tem significado profundo para a comunidade católica de Alagoas.
“Tanto como guardião do patrimônio religioso, como símbolo da memória histórica e espiritual do Estado, caracterizando-o como um elo entre o passado e o presente, ajudando a manter vivas as tradições religiosas e culturais”, pontuou o reitor da igreja Santa Maria Madalena, de Marechal Deodoro.
No museu há obras datadas do século XVIII. Exemplos delas são:
- Cristo Jansenista (escultura em madeira, séc. XVIII)
- Imagens de Roca
- Cristo Crucificado (escultura em madeira, séc. XVIII)
- Cristo Morto (escultura em madeira, séc. XVIII)
- Santo Ivo (escultura em madeira, séc. XVIII)
- Nossa Senhora Divina Pastora (escultura em madeira, séc. XVIII)
A obra do Cristo Jansenista é um dos exemplos de raridade no acervo. “Veio de Lisboa, em Portugal, e contamos com uma peça única em toda a América Latina, na dimensão que foi esculpida”, reforça o reitor.
Além dessas peças, há também diversas indumentárias e paramentos que pertenceram aos arcebispos da Arquidiocese de Maceió.
O vasto acervo passa por manutenção diária e com produtos específicos, como limpeza feita com pincéis de cerdas macias e panos de algodão. Não são usados produtos químicos ou soluções caseiras. Restaurações necessárias são feitas por profissionais qualificados e especializados e as vistorias são realizadas com frequência para assegurar a durabilidade das peças.
“A conservação dessas peças assegura que elas sejam preservadas para futuras gerações, protegendo sua integridade física e seu valor histórico”, destaca Padre Luciano Duarte.
Ao longo dos 15 dias de janeiro em que esteve fechado, o Museu Arquidiocesano passou por reparos gerais e vistorias especializadas, além de verificação de circuitos elétricos, hidrossanitários, manutenção das peças e trabalhos de marcenaria, dentre outras atividades.
Dentre as ações desenvolvidas para atrair o público, são organizadas exposições, especialmente nas festas religiosas ou em datas comemorativas, como Semana Santa, Natal, celebrações de santos padroeiros.
“Recebemos escolas locais para visitas guiadas, onde estudantes aprendem sobre arte sacra, história regional e a importância do patrimônio cultural. Ao promover essas ações, o museu se torna não apenas um espaço de preservação, mas também um ponto de encontro, aprendizado e celebração para a comunidade”, finalizou o padre.
Para acompanhar toda a programação de atividades do Museu Arquidiocesano de Arte Sacra Dom Ranulpho, siga a página @museudeartesacraal no Instagram e fique por dentro das novidades.
Fonte: Arquidiocese de Maceió