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Alagoas

Municípios podem investir na preservação dos ecossistemas

Um espaço aberto para visitação e aproximação com a fauna e a flora, em plena Caatinga alagoana. Assim é o Parque Municipal da Pedra do Sino, inaugurado na cidade de Piranhas. O projeto pode servir para inspirar outros municípios do Estado a preservar importantes fragmentos de vegetação nativa. A Diretoria de Unidades de Conservação (Diruc) do Instituto do Meio Ambiente (IMA) pode fornecer as informações necessárias para efetivar esse tipo de iniciativa.

A categoria Parque Municipal é prevista pelo Sistema Nacional de Unidades de Conservação (SNUC). “Em Alagoas dispomos de algumas áreas que guardam importantes remanescentes de biomas como a Caatinga. Os municípios podem se animar para preservar e também proporcionar a visitação para o turismo, pesquisa, entre outros”, explica o diretor de Unidades de Conservação (UC), Alex Nazário.

O Parque Municipal da Pedra do Sino incrementa o turismo, já que Piranhas configura importante centro de visitação por conta da história e da presença da hidrelétrica de Xingó – construída na divisa com Sergipe, nos cânions do rio São Francisco.

Além disso, gera renda direta com o surgimento de novos empregos, como o de segurança e o de guia turístico, por exemplo. “Nenhuma pessoa é liberada a fazer as trilhas sem que esteja acompanhada por um guia. Ele explica os detalhes do caminho e impede que haja agressão ao meio ambiente”, explica o secretário Municipal de Pesca e de Meio Ambiente, Clênio Tavares.

Parque da Pedra do Sino

Com o nome fantasia Parque Ecológico Municipal Pedra do Sino, o espaço tinha, inicialmente, 22,3 hectares. A prefeitura ampliou a área e realizou ações, com o objetivo de mostrar à população a importância do Parque. “Aos poucos tentamos fazer com que os moradores não coloquem os animais maiores para pastar dentro da área de preservação e melhoramos a infraestrutura, inclusive das casas no entorno da entrada localizada na parte histórica da cidade”, disse o secretário.

Ele explica ainda que o local é uma das 53 áreas de preservação da Caatinga no Nordeste. Em Alagoas há outra importante Unidade de Conservação localizada no sertão: o Refúgio da Vida Silvestre dos Morros do Caraunã e do Padre – criada pelo Decreto n º 17.935/2012, no município de Água Branca.

“O trabalho foi bem feito em Piranhas e é uma experiência que pode ser levada para outros lugares. O IMA apoia esse tipo de iniciativa e pode contribuir tanto com as orientações, quanto aos passos para atendimento à legislação ambiental como com atividades práticas, como o levantamento florístico que pode ser feito pelo Herbário”, explica o diretor-presidente do IMA, Adriano Augusto.

O local está bem sinalizado – com informações em português, espanhol e inglês, e há boa estrutura de atendimento – inclusive com um redário. Possui um pequeno riacho, afluente do Rio São Francisco que em determinados locais forma algumas cascatas. Além disso, conta com a diversidade de 60 espécies vegetais, três espécies de serpentes, diversos pássaros, répteis e animais encontrados na caatinga, como o macaco-prego, o mocó e o preá.

A a classificação na categoria de parque tem como objetivo promover a preservação de um ecossistema natural de grande relevância ecológica e beleza cênica, possibilitando a realização de pesquisas científicas e o desenvolvimento de atividades educativas, recreativas e turísticas em contato com a natureza.

Para criar uma UC municipal, a prefeitura precisa detectar áreas com fauna e flora conservadas; delimitar a área; estudos de identificação da fauna, flora, relevo, vegetação, aspectos físicos, bióticos e socioeconômicos do local; elaborar a proposta científica; apresentar e adequar a proposta por meio de uma consulta pública. Após a aprovação do projeto pela comunidade, a proposta é submetida à Câmara Municipal, que pode aprová-la por meio de lei, ou submetida à prefeitura, que pode aprová-la por meio de decreto.