
Decreto foi publicado no Diário Oficial do Município de Maceió
Os municípios situados no entorno do Complexo Estuarino Lagunar Mundaú-Maguaba (Celmm) assinaram uma solicitação de decretação de emergência das lagoas. A ideia é unir esforços no sentido de vabilizar alternativas técnicas e financeiras para uma urgente intervenção naquele estuário, um dos mais importantes patrimônios naturais do Estado. Este foi o mote da reunião entre os prefeitos de Maceió, Marechal Deodoro, Santa Luzia do Norte, Coqueiro Seco, Satuba e Pilar com o Instituto do Meio Ambiente (IMA), a Secretaria Municipal de Proteção ao Meio Ambiente (Sempma) e a Coordenação Municipal de Defesa Civil (Comdec), que já resultou na publicação de um decreto, no Diário Oficial do Município de Maceió, nesta quarta-feira (04), declarando a situação de emergência.
Há muito que o IMA vem unindo esforços com prefeitos e secretários de Meio Ambiente dos municípios do entorno do Celmm para a elaboração de um plano de revitalização das lagoas. Agora, depois das enchentes nas bacias dos rios Mundaú e Paraíba, as lagoas Mundaú e Manguaba se tornaram um grande depósito dos mais diversos materiais, arrastados dos 19 municípios que foram atingidos. “A situação que já não era boa está muito pior. O Celmm está seriamente afetado há muitos anos, agora a salinidade está quase a zero, além de estarem completamente recobertos por sedimentos, os bancos de sururu, o que prejudica a produção desse marisco, fundamental à sobrevivência de milhares de famílias. Antes, eram cerca de cinco toneladas de sururu que se tirava da lagoa por dia, além de diversas variedades de peixe”, explanou Adriano Augusto.
Por isso, segundo o presidente do IMA, este é o momento para elaborar um plano de recuperação da Lagoa, agregando todos os municípios de entorno do complexo para tentar recurso do governo Federal, através da decretação da situação de emergência. “Antes, a produção de pescado era suficiente para o sustento das cinco mil pessoas que vivem da pesca, só nos municípios da região metropolitana. Mas agora tudo está sendo prejudicado, porque a lagoa virou um depósito de tudo que foi carreado nas enchentes. Em diversos pontos, a navegabilidade está impossibilitada, o que afeta também a atividade turística”, lamentou.
Cada prefeito reconheceu a importância da medida e relatou a situação de cada município. Para o prefeito de Maceió, Cícero Almeida, a medida é tão necessária. “As famílias vivem do que tiram da lagoa. É nossa obrigação cuidar disso para o povo”, afirmou.