Município de Campestre
Fruto do trabalho de pesquisadores interessados em registrar os fatos marcantes da comunidade campestrense, no dia 18 de junho de 2011, será lançado o livro “Resgatando a História de Campestre”. A obra, coordenada pelos professores Admmauro Gommes e Antonio Buarque de Lima Junior, revê os traços marcantes da história do Município, fazendo rápida passagem pela cronologia que parte de 1860 até 2010.
Curioso é o tópico das cenas pitorescas da cidade e região, que recebe o nome de “Crônicas campestrenses.” Este ponto tem como característica os episódios vindos da boca do povo. Foi assim que os colaboradores entrevistaram figuras marcantes, antigas, portanto conhecedoras de suas origens e contaram, ao seu modo, como surgiram os engenhos, como era o relacionamento entre o povoado que ia tomando forma ao lado da indústria açucareira Santa Terezinha, as viagens de trem, as feiras livres e os casos engraçados como a Ponte da Nêga e O Milagre do Ipê. São fases históricas quase esquecidas pelos mais velhos e que agora recebem uma versão em formado de livro. Poderíamos dizer que se resgata a memória de um povo de forma imparcial.
Outro elemento forte é o que trata das famílias e sua origem, mas não um registro enfadonho é, portanto, contado de forma descontraída. Na maioria das vezes, determinado clã é descrito por um membro da própria linhagem e relembra como esta surgiu, algumas são até folclóricas, com raízes encravadas na política, na miscigenação, na cultura e na religião, abarcando todos os elementos na vida social campestrense.
O livro se resume em três partes especificas: uma condensa as informações até aqui elencadas; na seguinte, colocou-se um artigo do eminente professor Ademir Gomes do Nascimento, ”A influência quilombola para a formação da sociedade campestrense.” Este relato tem grande fôlego e embasamento bibliográfico. Faz as referências necessárias para se entender como Campestre ficou encravada na área dos Palmares e que influência teve o então povoado no Período Colonial. Com muita habilidade, Ademir conta como os escravos fugiam para sobreviver nas matas mocambeiras. Seu texto, de caráter acadêmico, atende ao enfoque histórico e geográfico mais apurado sobre o norte das Alagoas. O professor fez uma pesquisa aprofundada sobre as nossas raízes e anotou os fatos mais importantes dessa região, proveniente da leitura e análise de variados historiadores, sociólogos e pesquisadores do assunto.
Na terceira parte, vê-se um trabalho também muito sério, que é a reprodução na íntegra, do Plano Diretor Participativo dos Municípios de Flexeiras, Campestre, Jacuipe e Jundiá, que tem o nome ”Inserção Regional e Histórica”, que é um levantamento minucioso constante no Relatório do mês de junho de 2010. Portanto, esta obra pretende atender a todos os gostos; do prisma visto pelo ângulo popular, resultando em uma série de fatos contados pelos que protagonizaram a história, a quem tem uma exigência maior por um texto mais elaborado, próprio dos meios acadêmicos, como é o caso do artigo do professor Ademir. Acreditamos que o trabalho feito pelos organizadores e pesquisadores Ademir Gomes, Aloísio Alves, Sivalda Maria Cardoso chega coroado de êxito quando resultou na publicação desse livro. A apresentação é assinada pelo professor Admmauro Gommes, titular das cadeiras de Teoria da Literatura e Literatura Brasileira da FAMASUL, em Palmares (PE).
Enfim, realiza-se mais um sonho da comunidade campestrense de ver esta obra escrita com apoio do Projeto Cremicro (Petrobras), Projeto Replicando Conhecimentos Sem Fronteira (apoio Instituto Oi futuro), financiada pelo Ministério da Cultura – MinC e chancelada pela Associação Rádio Comunitária Campestre FM, por intermédio do Ponto de Cultura Campestre Cultural, ou seja, um conjunto de forças reunido para que esse trabalho realmente chegasse a aparecer. Assim, resgatamos parte da cultura campestrense e anunciamos que Campestre tem sítios pré-coloniais: os engenhos Piaba Grande e Serra de Pedra. É uma contribuição inestimável para a pesquisa e a historiografia brasileira.
