Comenda contempla a conduta de retidão das mulheres alagoanas
A contribuição na luta pela cidadania, em suas respectivas áreas de atuação, para com Alagoas e o Brasil é o pré-requisito principal para ser agraciada pela Comenda Nise da Silveira. A edição 2015 acontece nesta terça-feira (31), a partir das 20h, no Museu Palácio Floriano Peixoto.
Dez mulheres foram escolhidas por meio de uma seleção realizada pelo Conselho Estadual dos Direitos da Mulher (Cedim) e serão homenageadas pelo governador Renan Filho como forma de reconhecimento pela ajuda nas atividades prestadas, para com a população.
Todas têm uma conduta de vida exemplar, dignas de uma honraria concedidas a poucas mulheres alagoanas. Este ano, o governo alagoano homenageia, Marcionilda do Rêgo, professora militante com deficiência visual; Fátima Pirauá, presidente da Associação Alagoana dos Magistrados (Almagis); Francisca dos Santos, líder religiosa responsável por importantes obras sociais no estado; Clara Suassuna, defensora dos direitos humanos dos quilombolas; Jorgina Sales, psiquiatra, especialista na humanização do dependente químico; Maria Clara Santos, trabalhadora rural, combatente das desigualdades sociais.
A lista continua destacando a atuação de Maria Alba da Silva, pedagoga, destaque-se pelos avanços na Educação do Estado; Tânia Pedrosa, artista plástica, reconhecida internacionalmente por valorizar a cultura nordestina; Virginia Kans Lyra, norte americana responsável por obras sociais no estado; e Koran Xucuru Kariri, indígena que milita pela saúde e integridade da mulher.
Para a secretária de Estado da Mulher e dos Direitos Humanos, Roseana de Freitas (Rosinha da Adefal), já agraciada com a comenda na edição de 2013, é um momento que renova as forças daquelas que têm um enorme serviço prestado, principalmente para quem mais precisa.
“É muito gratificante para quem recebe esta homenagem, porque quando levamos em consideração que essas mulheres vivem em nome de uma causa, receber a comenda das mãos do governador é o reconhecimento de um trabalho prestado em diferentes áreas de atuação,” explica a secretária.
Uma das dez agraciadas, a índia Koran, da tribo Xucuru Kariri, natural de Palmeira dos Índios, com formação em agente comunitária e técnica em enfermagem, luta há mais de 20 anos pela valorização da medicina tradicional indígena.
“Tenho 48 anos e desde que me entendo por gente tenho uma inquietação dentro de mim. Somos guerreiras e somos a sustentação da família. Uma das minhas missões é lutar contra a violência da mulher indígena, de valorizar a nossa cultura e batalhar pela educação e saúde da minha gente,” ressaltou Koran.
Quem foi Nise da Silveira
Psiquiatra alagoana, Nise da Silveira foi uma das primeiras mulheres a se formar em medicina, em 1926. É fundadora do Museu de Imagens do Inconsciente (1952), no Rio de Janeiro, no qual trabalhos artísticos de pintura e modelagem, produzidos por pacientes esquizofrênicos, são armazenados e estudados.
Além disso, também fundou a Casa das Palmeiras (1956), ambiente que nasceu com o intuito de dar um tratamento diferenciado aos egressos de hospitais psiquiátricos.
