O Ministério Público federal (MPF) denunciou 17 pessoas pelo assalto à agência da Caixa Econômica Federal (Caixa) da Rua do Sol, no Centro de Maceió, que resultou no assassinato do policial Anderson Lima e do vigilante Aldersandro Ferreira Silva, em novembro do ano passado. Indiciados no crime de latrocínio com roubo de veículo, tentativa de roubo e formação de quadrilha, os assaltantes podem ser condenados pela Justiça Federal a 36 anos de reclusão, segundo prevê o Código Penal.
Capturados pela polícia, 16 membros da quadrilha já estavam presos preventivamente, a pedido da Justiça Federal, com paracer favorável do Ministério Público. Um dos integrantes da quadrilha, Henrique Gregório Rocha de Oliveira, é considerado foragido da Justiça.
De acordo com a denúncia do MPF, o assalto foi planejado com uma semana de antecedência e envolveu dois vigilantes da própria empresa que presta serviços ao banco, um ex-policial militar e um taxista. Outro envolvido, o empresário de uma casa de shows José Márcio Silva do Nascimento, conhecido como Gilson Neguinho, é apontado no inquérito policial como um dos mentores do crime e responsável pela organização da quadrilha, que teria praticado outros assaltos a banco e utilizava a casa de shows para lavagem de dinheiro.
Já o ex-policial militar Petrônio Pacífico Sá, segundo denuncia o MPF, teria ficado responsável pelo fornecimento de duas fardas da Polícia Militar a outro envolvido considerado um dos líderes da quadrilha, Chico Cabeça, para utilizá-las no assalto. As armas usadas no crime foram guardadas, transportadas e entregues pelo taxista José Adriano de Freitas Oliveira. Para entrar na agência sem levantar suspeitas, os criminosos contaram com a participação de vigilantes do próprio banco.
O primeiro deles, Flávio Henrique Rodrigues da Rocha, o conhecido Fiel, responsável pela entrega dos malotes de dinheiro na agência no dia anterior ao crime, avisou aos comparsas o horário da chegada do dinheiro. Outro vigilante, Alexandre dos Santos Leandro, liberou a entrada de Tiago Francisco da Silva pela porta giratória.
Morto durante o assalto, o policial Anderson Lima era gerente do grupo de elite da polícia civil de Alagoas, o Tigre, e levou um tiro no rosto ao pedir ajuda a Tiago Francisco da Silva, um dos bandidos disfarçados de policial militar, para deter o assalto. Já o vigilante Aldersandro Ferreira Silva foi morto dentro da própria agência.
Outros dois suspeitos de participação no crime foram mortos pela polícia durante diligências. Um deles, suspeito de ter tido ligações com o crime organizado em São Paulo. Com a ação, os bandidos esperavam levantar 500 mil reais.
Os demais denunciados pelo MPF são: Lilian Kelle Alves de Lima, Cícero Alves de Lima Júnior, Wilson Ribeiro dos Santos, Luciano Carlos de Oliveira, Diogo Manoel dos Santos, Elias Vaz de Almeida, Salomão Silva de Morais, Márcio Andrei Vieira Freire, Wallacy Marques de A. Cunha.
O processo, que tramita na 2ª Vara Federal em Alagoas, retornou à Procuradoria da República em Alagoas para pronunciamento do Ministério Público acerca de pedidos feitos pelos presos, entre os quais o de liberdade provisória e restituição de bens.