Tragédia aconteceu no início da noite do dia 20 de dezembro de 2012
A 64ª Promotoria de Justiça da Capital vai devolver à Polícia Civil , na tarde desta quinta-feira (21), o processo que investiga a explosão na Divisão Especial de Investigações e Capturas (Deic) e que fora entregue ao Ministério Público Estadual em janeiro último. Será concedido prazo de mais 60 dias para que a polícia judiciária de Alagoas possa concluir a apuração sobre a tragédia que vitimou fatalmente uma agenta de polícia, feriu outras quatro pessoas e destruiu a sede do órgão.
O processo foi considerado complexo pela promotora que acompanha o caso, Alba Lúcia Torres de Oliveira. Ele já possui três volumes, mas, apesar de farta documentação anexada, ainda se aponta uma autoria para a explosão. “Seria temerário, nessa fase da investigação, fazer qualquer juízo de valor a respeito daquele episódio e apontar possíveis responsáveis. Estamos concedendo prazo de dois meses para que a Polícia conclua o inquérito e, só após a sua finalização, poderemos nos pronunciar a respeito das medidas que deverão ser adotadas pelo Ministério Público Estadual”, explicou ela.
“Precisamos entender que essa investigação é de extrema complexidade, principalmente por conta da circunstâncias em que ocorreu o desastre. Portanto, tanto a Polícia Civil, instituição responsável pela investigação, quanto o MPE, titular da ação penal, têm que analisar o caso com a cautela que o caso exige. E é também por este motivo que o sigilo durante a apuração é de extrema importância”, acrescentou Alba Lúcia Torres de Oliveira.
Finalizado o inquérito, ele será remetido para a 64ª Promotoria de Justiça da Capital. “Quando essa peça chegar às nossas mãos, já completamente finalizada, analisaremos se houve, de fato, a existência de dolo ou culpa na explosão”, declarou a promotora de Justiça.
A tragédia na Deic
Na noite do dia 20 de dezembro do ano passado, uma forte explosão na sede da Divisão Especial de Investigação e Capturas (Deic) provocou a morte da policial civil Maria Amélia Lins Costa, 43, e deixou outros quatro agentes feridos. O estrondo provocou pânico e tumulto na Rua Moreira e Silva, no Farol, e regiões adjacentes. O impacto foi sentindo até na Praça do Centenário. Vidros de prédios vizinhos à delegacia se espalharam pelas ruas e atingiram populares e casas e estabelecimentos comerciais tiveram suas paredes rachadas.
O acidente aconteceu no paiol (depósito onde se guardam munições e artefatos), que ficava numa das salas da Deic, por volta das 18h25. Os policiais ficaram soterrados por alguns minutos, até a chegada do Corpo de Bombeiros Militar e do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência Samu). Quando as viaturas chegaram, quatro policiais civis – Carlos César, Genival Maurício, Luis César e Amanda Daniele ainda conseguiram ser resgatados com vida entre os escombros. Eles receberam o atendimento inicial das equipes e, na sequência, foram encaminhados para o Hospital Geral do Estado. Já Maria Amélia Lins Costa não resistiu à gravidade dos ferimentos e veio a óbito antes mesmo de ser atendida.
