×

Alagoas

Movimento quilombola se fortalece em Alagoas

Bié destaca atenção dada pelo Estado, porém cobra mais

A cada mês de novembro, dedicado à consciência negra, o movimento quilombola tem se fortalecido em Alagoas. E para fazer valer suas reivindicações, principalmente voltadas para questões de infraestrutura nas comunidades, eles formaram a Coordenação Estadual Ganga Zumba e elegeram democraticamente o novo dirigente, Manoel Oliveira dos Santos, o Bié, morador do povoado Mumbaça, em Traipu.

O próximo encontro do grupo deve acontecer na terça-feira, 30, em Arapiraca, quando todos farão um balanço das comemorações dedicadas à raça, realizadas durante este mês em várias cidades. Antes disso, no sábado (27) e domingo (28), as comunidades de Carrasco, em Arapiraca, e Cajá do Negros, em Batalha, respectivamente, promovem suas festas.

Comidas típicas, artesanato e dança estão entre as atrações definidas para as duas localidades. Os festejos contam com apoio da Secretaria de Estado da Cultura e das prefeituras dos municípios.

Atualmente, o Estado conta com 56 localidades identificadas, das quais 36 já reconhecidas pela Fundação Palmares. As necessidades das comunidades remanescentes de escravos, espalhadas por mais de 30 municípios em Alagoas, ainda são muitas e estão ligadas a construção de postos de saúde, como solicita a comunidade do Carrasco e de obras de abastecimento d´água, saneamento e pavimentação, como precisam os moradores de Belo Horizonte, em Traipu. Este povoado, alias, é um dos mais pobres da região.

“Que essas comunidades reconhecidas recebam melhorias. Sabemos que muitas delas precisam se regularizar, precisam se mobilizar. Solicitamos reunião com o governo do Estado, para apresentarmos nossas reivindicações”, informa Manoel Oliveira, o Bié.

De acordo com ele, o atual governo já beneficiou várias comunidades com ações e programas como o de cestas de alimentos e do leite, mas a maioria dos remanescentes ainda precisa de acesso a água, à saúde e educação.

“Temos que ter algo a mais para comemorarmos. Na qualidade de coordenador, ainda vejo muitos problemas”, alerta Bié. Embora aponte as dificuldades, ele também reconhece que já há comunidades remanescentes quilombolas com avanços e bem estruturadas, a exemplo do Carrasco e do Cajá dos Negros.