O agricultor Evódio Barbosa de Oliveira, 70 anos, faleceu nesta terça-feira, 05, em Penedo, provavelmente em decorrência dos problemas de saúde que se agravaram desde que foi despejado do terreno situado em área do aeroporto de Penedo. “Seu” Barbosa, como era conhecido, não teria resistido à angústia de deixar o local onde viveu nos últimos 13 anos, desocupação realizada no dia 09 de setembro, pela União, para reforma da pista de pouso.
Segundo Marizete Correia de Lima, 46 anos, companheira do agricultor que trabalhava diariamente em sua roça, oito dias depois do despejo, Evódio Barbosa já se encontrava prostrado em uma cama. “Ele nem caminhava mais, tinha febre alta, diabetes lá em cima, nós ficamos tratando dele em casa, mas tivemos que levar ele para a Unidade de Emergência na semana passada, só que ele pedia para voltar para casa e o médico liberou”, contou a agricultora.
Ainda segundo Marizete Correia, seu companheiro morreu na tarde de ontem na casa que alguaram por conta do despejo sem ter recebido nenhum tipo de indenização pelos beneficiamentos nos terrenos onde plantava principalmente abacaxi e coco, além, de culturas como feijão, milho e mandioca. “Todo dia ele falava nisso, chegava doía o coração porque ele não se conformava com a nossa situação e não queria deixar a agente desamparado”, acrescentou a viúva que não tem como se manter e ficou com a responsabilidade de cuidar dos seis filhos, um deles do casal que sobrevivia com a família do trabalho da roça e da aposentadoria do idoso.
O sepultamente de Evódio Barbosa acontecerá no Cemitério Jardim da Saudade, local vizinho ao terreno onde a família de pequenos agricultores morou nos últimos 13 anos. O cenário onde as famílias foram obrigadas a deixar as casas é semelhante a uma área bombardeada, com os restos dos imóveis destruídos espalhados no chão.