Em meio à finalização dos preparativos para o AmazonLog17, exercício militar multinacional voltado para treinamento de ações emergenciais humanitárias na região Amazônica, moradores de Tabatinga (AM) acreditam que o evento vai contribuir para melhorar áreas onde o município enfrenta problemas crônicos, como atendimento a saúde, segurança pública e infraestrutura. De 6 a 13 de novembro, tropas do Brasil, do Peru e da Colômbia farão um exercício conjunto que envolve uma série de atividades de como treinamento para resgates, suprimentos, saúde, manutenção e transporte.
Sem acesso de qualidade a diversos equipamentos e serviços públicos, a preocupação da população local é menos com a interação das tropas para o exercício militar e mais com um possível legado em acesso a serviços, especialmente os de saúde. Tabatinga tem apenas uma unidade de pronto atendimento e algumas unidades básicas de saúde. A maioria dos atendimentos fica a cargo do Hospital de Guarnição do Exército. No fim de outubro, o Ministério Público do Amazonas (MP-AM) começou a investigar uma denúncia de falta de oxigênio medicinal nos hospitais do município.
Ao lado da filha, Alice Silva Castro, de 3 anos, a dona de casa Raquel da Silva retornava do Hospital de Guarnição, onde a filha, com tosse forte, teve uma suspeita de bronquite descartada. A dona de casa diz esperar que os militares deixassem mais médicos para a comunidade. “Eu gostaria que ficasse algo disso tudo, um posto, algo assim. Seria uma ótima coisa se acontecesse. Tem pouco médico aqui. Pelo menos nesses dias a gente vai poder ter mais contato com os médicos”, disse.
